Quatro policiais e ex-PM são presos por homicídio

Conforme a Polícia Civil, o bando invadiu a casa da vítima e a executou com 10 tiros à queima-roupa

Escrito por Emanoela Campelo de Melo e Messias Borges - Repórteres ,
Legenda: O caso foi transferido de Jijoca para ser apurado pela Delegacia de Assuntos Internos (DAI) da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos da Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD)
Foto: Foto: Cid Barbosa

Três militares e um civil e um ex-PM, foram presos sob a suspeita de invadirem a casa do traficante Renan Portela de Araújo, 28, e executar a vítima com 10 tiros à queima-roupa. O crime aconteceu, na tarde da última terça-feira (20), em Jijoca de Jericoacoara (a aproximadamente 300Km de Fortaleza).

Horas depois, o bando foi localizado em flagrante pela Polícia Militar de Acaraú, quando tentava fugir. De acordo com investigação da Polícia Civil, a suspeita é que os cinco homens tenham cometido o crime contra o integrante da facção criminosa Comando Vermelho (CV), porque um outro PM vinha sendo ameaçado de morte por ele.

Um policial militar, lotado no Litoral Oeste do Estado, a 5ªCia do 4ºBPCom recebeu informações sobre um veículo, que estaria sendo utilizado por suspeitos do assassinato, e se deslocava de Jericoacoara para Fortaleza. O automóvel passava por Acaraú, quando foi visualizado e interceptado pela PM.

O grupo estava armado e recebeu voz de prisão. De acordo com informações da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), foram presos o policial civil Marcondes Nangle Gomes Quirino; os policiais militares Manoeldo Pereira de Sousa, 37, Leandro César de Mesquita Araújo, 35, e Francisco Thiago Gomes da Silva, 33; e o ex-PM José Luciano de Sousa Queiroz, 37. Conforme a Pasta, Francisco Thiago estava afastado temporariamente do serviço ativo da Polícia Militar do Ceará (PMCE) para tratamento de saúde.

Delegacia

No veículo, foram apreendidos uma pistola Ponto 40 (que não pertence a nenhuma Corporação do Estado), um rádio comunicador, 16 munições intacta de diferentes calibres. Os suspeitos foram levados à Delegacia Regional de Itapipoca e, em seguida, transferidos para a Delegacia Municipal de Jijoca de Jericoacoara, responsável pelas investigações iniciais do caso.

De acordo com o titular da Delegacia de Jijoca, Márcio Lopes da Silva, não é possível afirmar que os policiais detidos façam parte de um grupo de extermínio. O delegado ressaltou que os suspeitos eram lotados em Fortaleza e Região Metropolitana. A Polícia Civil diz desconhecer há quanto tempo o grupo estava em Jijoca.

Conforme Márcio Lopes, quando invadiram a residência e atiraram contra o membro do CV, os supostos homicidas se identificaram como policiais.

"Eles invadiram a casa, disseram que era da Polícia, levaram o Renan até a calçada e mataram. Essa vítima tem várias passagens por tráfico. Não procede essa informação de que eles mataram revidando a morte de um policial de São Paulo. Não disseram se eram mentores do homicídio", afirmou o delegado.

Um militar do Batalhão de Policiamento Turístico (BPTur), lotado na Vila de Jericoacoara, que não será identificado, conversou com a reportagem e afirmou que a PM da região não conhecia nenhum dos policiais presos. "Acho que eles vieram até Jijoca só para isso, já que tinham uma escala para cumprir e não poderiam se ausentar por muito tempo", disse.

CGD

O caso foi transferido para a Delegacia de Assuntos Internos (DAI) da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos da Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD). Os militares presos foram levados para o 5ºBPM (Centro). Em nota, a CGD informou já "ter instaurado procedimentos disciplinares para apuração na seara administrativa".

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