Tiroteio dentro da Cadeia Pública de Pentecoste deixa 2 mortos e 9 feridos

O caso é semelhante ao ocorrido na Cadeia Pública de Itapajé no dia 29 de janeiro deste ano, quando uma briga entre internos de facções rivais deixou dez presos mortos e oito feridos

Escrito por Redação ,
A Cadeia Pública de Pentecoste, município da zona norte do Estado, a cerca de 80 km de Fortaleza, registrou um tiroteio na manhã desta quarta-feira (7). Segundo a  Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado (Sejus/CE), 11 detentos foram feridos, com dois deles indo a óbito.
 
Os dois mortos foram identificados como Glaydson Vieira da Silva e Nicolas Matheus Soares Marreira. Dos 11 internos, um está em procedimento cirúrgico e tem a situação delicada, seis permanecem em atendimento hospitalar e dois já retornaram à unidade prisional, ainda de acordo com informações da Sejus.
 

O ocorrido, segundo a Polícia Militar, é consequência da briga entre facções. Logo após o crime, três armas de fogo e objetos perfurantes foram apreendidos na unidade prisional. Cinco suspeitos foram conduzidos à delegacia da cidade para prestarem depoimento.

A Sejus informou também que 25 internos foram transferidos para unidades da Região Metropolitana de Fortaleza.

Vistoria recente

Nesta terça-feira (6), a Polícia Militar, em vistoria, encontrou 13 celulares, 10 carregadores eletrônicos, munições, um cossoco e uma chibanca, que é uma ferramenta semelhante à picareta.  A PM disse ainda que a unidade estava com 63 detentos.

Estrutura precária
 
De acordo com defensor público Emerson Castello Branco, uma agente penitenciária evitou a morte de mais pessoas, pois, ao perceber a movimentação, interveio. Ele disse ainda que o local não tinha condições para abrigar os presos.
 
"As cadeias públicas estão destruídas, não tem condição nenhuma de presos continuarem em cadeias. Isso nem cadeia é, é uma casa adaptada para ser uma cadeia pública, sem segurança alguma. Como é que eu posso ter vários presos no local sem segurança e, principalmente, sem condições humanas para suportar um ambiente deste?", pontuou.
 
Já o promotor Jairo Pequeno Neto, do Ministério Público do Ceará (MP/CE), afirmou que vai solicitar a abertura de um inquérito para apurar se houve facilitação de algum agente público para a entrega das armas. Ele afirmou ainda que vai peticionar, novamente, a interdição total da cadeia por meio de uma Ação Civil Pública.
 
O promotor lembrou que em julho do ano passado chegou a pedir  pela interdição total, mas a Justiça concedeu apenas a interdição parcial para que fossem feitas pequenas reformas. 
 
Cenário de violência
 
O caso é semelhante ao da chacina ocorrida na Cadeia Pública de Itapajé no dia 29 de janeiro deste ano, quando uma briga entre internos de facções rivais deixou dez presos mortos e oito feridos. Os detentos possuíam facas e armas de fogo dentro da unidade. 

No dia 16 de fevereiro, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) condenou os atos de violência.

Nota da Sejus

A Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado (Sejus) informa dois óbitos na Cadeia Pública de Pentecoste, na manhã desta quarta-feira (7). Os internos iniciaram uma briga entre grupos rivais e deixaram 11 pessoas feridas. Duas delas receberam atendimento, mas faleceram a caminho do hospital. Outros dois internos tiveram ferimentos graves e precisarão ser transferidos para outra cidade, enquanto os demais recebem acompanhamento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e na própria cadeia. As causas do conflito estão sendo apuradas pela Delegacia de Pentecoste.

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