Polícia investiga 'Grupo de Extermínio' que atua em Fortaleza

Escrito por Diário do Nordeste ,

Diário do Nordeste teve acesso, com exclusividade, a informações que a Justiça tem sobre alguns dos presos na 'Operação Companhia do Extermínio'

Parte do grupo preso por policiais federais, no último dia 8, na 'Operação Companhia do Extermínio', começou a ser investigada no dia 27 de junho deste ano, quando uma equipe da Polícia Civil foi designada, como 'força-tarefa' para investigar uma rede de crimes relacionados que tinham ocorrido no Parque São José, Vila Manoel Sátiro, Vila Pery e Parque Santa Rosa.

O alvo principal deste grupo era o empresário Firmino Teles de Menezes, do ramo de madeireira, apontado pelas investigações como o responsável por, pelo menos, quatro mortes de pessoas de uma mesma família.

Ao requisitar a formação de uma força-tarefa, a Justiça apontava o grupo como "uma quadrilha fortemente armada, com características peculiares do crime organizado, composta por pessoas dos mais diversos níveis". Naquela ocasião, Firmino Teles de Menezes já tinha um mandado de prisão por ter se tornado depositário infiel de um maquinário.

Parceria

Em 2003, Firmino havia firmado contrato de parceria com representantes da madeireira São Francisco, que era de familiares de Miguel Luís Neto, executado a tiros no último dia 27 de abril deste ano. Quando Firmino estabeleceu-se na madeireira, trabalhavam para ele, segundo a Justiça, "Sílvio Pereira do Vale Silva; Paulo César Lima de Sousa, o 'Paulão' e o policial militar Pedro Cláudio Duarte Pena, este no papel de segurança".

Em determinado momento, iniciaram-se conflitos judiciais na esfera cível entre Firmino e representantes legais da madeireira, momento em que, segundo a Justiça, "começaram a ocorrer mortes 'estranhas' de pessoas ligadas à madeireira". Quatro execuções a tiros, praticadas de modo similiar, por dois homens em uma moto.

Outros

Conforme apontou a Justiça, Benevides Pereira Moura, o ?Bené?, era "pistoleiro, mantinha amizade com Sílvio e Pena (que eram ligados a Firmino) e pratica o comércio ilegal de armas de fogo".

João Gualberto de Sousa, conhecido como 'Dr. João', "auxiliava no comércio de armas e se beneficiava de cargas roubadas para vender mercadorias em seu estabelecimento comercial". Gilvanir Castro Gomes era "amásia de Sílvio e tinha conhecimento de tudo o que ocorria, além de ter acesso às armas de fogo".

Ainda conforme as informações obtidas, com exclusividade, pelo Diário do Nordeste, Antônio Ivanilson Soares Cunha, o 'Nego Cunha', "planejava crimes de pistolagem". Claudenor Ribeiro Alexandre, o 'Nono', "além de ser viciado em drogas fornecia veículos para serem utilizados em práticas criminosas". Francisco de Sousa Vieira, "utilizava a pistolagem como meio de vida e era envolvido diretamente com os PMs que participavam do grupo".

O caso

A morte de Miguel  Luís Neto aconteceu na esquina da Avenida Carneiro de Mendonça com Rua Rio Grande do Sul, no bairro Demócrito Rocha. Naquele dia, o comerciante -dono de uma madeireira situada na Avenida Osório de Paiva -voltava para casa depois do expediente. Eram por volta de 18 horas quando ele parou sua perua Pampa no sinal. Ao seu lado estava um dos empregados da madeireira.

Dois homens, em uma moto vermelha, se aproximaram e emparelharam junto ao automóvel. O garupeiro sacou de uma arma e praticou o crime. Peritos do Instituto de Criminalística (IC) atestaram que a vítima foi executada com cinco tiros à queima-roupa, sendo um deles na cabeça.

Ainda no local do crime, a equipe do Diário do Nordeste apurou, com exclusividade, que a Polícia já tinha um suspeito do caso. O comerciante morto vinha sendo ameaçado de morte por conta de uma diputa judicial que travava, há meses, com um ex-sócio pela posse das máquinas da madeireira.

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