Líder indígena é baleada dentro de aldeia em Maracanaú
A Cacique chegou a lutar contra o homem armado, sendo atingida de raspão na nuca
A cacique Maria Madalena (56), líder indígena do grupo Pitaguary, foi baleada por volta das 20h30 desta quarta-feira (12), dentro da aldeia onde vive, Santo Antônio do Pitaguary, em Maracanaú, Região Metropolitana de Fortaleza.
Ela havia ido à casa de um irmão e, quando retornava para sua residência, foi surpreendida por um homem armado. Madalena chegou a entregar o celular ao suspeito, acreditando se tratar de um assalto.
A cacique chegou a lutar contra o homem, sendo atingida de raspão na cabeça. As informações foram confirmadas pela Polícia Militar do Estado do Ceará (PM-CE).
De acordo com uma fonte que não quis se identificar, Madalena foi vítima de um atentado, visto que "é uma liderança do povo e, por isso, combate muitas coisas erradas".
A vítima registrou ocorrência na Delegacia Metropolitana do local e foi encaminhada a um Hospital de Maracanaú para receber os devidos cuidados. A lesão foi leve e ela já passa bem.
Diligências
Segundo o comandante da Área Integrada de Segurança 12 (AIS 12), tenente-coronel Océlio Alves, como o suspeito fugiu, a equipe está realizando buscas para encontrá-lo.
A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS-CE) informou, em nota, que o homem teria saído de uma área de vegetação encapuzado, atirado e, em seguida, o voltado para o matagal, escapando em seguida.
A SSPDS garante ainda que a Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) investiga as circunstâncias acerca da lesão. A população pode contribuir com as investigações repassando informações que possam ajudar na elucidação do caso. As denúncias podem ser feitas pelos números (85) 3101-2830 e 3101-2831, da Delegacia Metropolitana de Maracanaú. O sigilo é garantido.
Cacique Madalena é uma militante pela causa Pitaguary há, pelo menos, 20 anos. Seu povo habita terras em Maracanaú, Pacatuba e Maranguape.
Em 2010, segundo a Fundação Nacional de Saúde, o povo Pitaguary era composto de 3.793 pessoas. A principal problemática desta população diz respeito a demarcação de terras.