Com aumento de 50% em 2017, assassinatos no Ceará atingem recorde desde 2013

Conforme dados da SSPDS, o Estado registrou 5.134 assassinatos no último ano, o que representa uma média de 14 crimes por dia

Escrito por Redação ,

O número de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI), que correspondem a homicídios e latrocínios, no Ceará aumentou 50% no comparativo com 2016. Conforme balanço divulgado nesta sexta-feira (12) pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), o Estado teve 5.134 assassinatos no último ano contra 3.407 em 2016.

De acordo com os dados oficiais, houve aumento em todos os territórios do Ceará, porém, a maior variação se deu em Fortaleza. Em 2016, a Capital havia registrado 1.007 crimes, já no ano passado os CVLI atingiram a marca de 1.978. Outro território com grande aumento foi a região Metropolitana, que sofreu variação de 61,3%.

Desde 2013, quando os casos começaram a ser compilados dentro desta classificação, é a primeira vez que o Estado supera os 5 mil assassinatos, representando um recorde histórico. Naquele ano aconteceram 4.395. Em 2014 foram registrados 4.439 CVLI, diminuindo para 4.019 em 2015 e chegando a 3.047 em 2016, mas voltando a crescer em 2017.

No ano passado, a média foi de 14 crimes por dia e quase 428 por mês. Além disso, as mortes decorrentes de intervenção policial não são consideradas como intencionais, pois possuem excludente de ilicitude, assim como aquelas registradas dentro das unidades prisionais.

Ações

O secretário André Costa declarou que tem destinado todos os esforços para combater o crescimento da violência no Estado, por meio de ações para fortalecer as Polícias com o intuito de conter o avanço da criminalidade no Estado. “Desde dezembro, com o incremento no policiamento, temos investido na territorialização da Polícia, fazendo com que os policiais estejam presentes 24 boras por dias nas periferias e nas comunidades. Isso tem trazido um bom retorno do nosso trabalho. Além disso, nós conseguimos reduzir os números de homicídios em sete das 22 Áreas Integradas de Segurança, o que representa cerca de um terço das AISs. Estamos analisando as experiências que deram certo nessas regiões para replicarmos nas demais áreas.”, comentou o titular da Segurança. 
 
Para o secretário grande parte das mortes violentas no Ceará tem a ver com o acirramento das disputas entre grupos criminosos. “Nós temos uma série de dinâmicas que interferem nos números. Houve um claro acirramento entre esses grupos e, por isso, nós temos visto que grande parte das mortes são resultante dessa disputa por território e mercados. Precisamos trabalhar em cima dessa problemática. O Estado do Ceará não vai resolver sozinho esse problema, pois eles atuam em todo o País. É preciso que o Governo Federal tome as rédeas do problema, chame os Estados para uma atuação coordenada e cumpra o seu papel. Hoje, todo investimento em segurança pública no Ceará é feito com recurso 100% do governo estadual”, pontua.  
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