Oitavo membro da Sejus é afastado em operação

Escrito por Redação ,

Oito agentes penitenciários da Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus), dentre eles membros da cúpula da Pasta e diretores de presídios, já foram afastados de suas funções, pela Operação Masmorras Abertas, deflagrada pelo Ministério Público do Ceará (MPCE), em parceria com a Controladoria Gederal de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD), para investigar um esquema de corrupção no sistema penitenciário cearense.

O último servidor afastado foi o diretor do Centro de Execução Penal e Integração Social Vasco Damasceno Weyne (Cepis), Humberto Vargas Dorneles, em desdobramento da Operação, na última quinta-feira (10). A Unidade é localizada no Complexo Penitenciário de Itaitinga II, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).

Segundo o promotor Nelson Gesteira, do Núcleo de Investigação Criminal (Nuinc) do MPCE, o agente penitenciário foi afastado por 90 dias, por medida cautelar deferida pelo juiz substituto da Comarca de Itaitinga, Christiano Silva Sibaldo de Assunção. Além do afastamento, foram determinados busca e apreensão na residência do diretor e no Cepis; e quebra dos sigilos bancário e fiscal do investigado.

Dinheiro

Durante o cumprimento da decisão judicial, os investigadores apreenderam computadores, pen drives, documentos e dinheiro em moeda estrangeira (euro e dólar), que soma R$ 5 mil, convertido. O material recolhido será analisado, junto dos dados bancários e fiscais, para esclarecer a participação de Humberto Dorneles no suposto esquema criminoso, segundo Nelson Gesteira. O promotor revelou que há indícios de que o diretor tenha tido "relacionamentos promíscuos com presos, em troca de favores, vantagem financeira". "É a mesma conduta já estabelecida na 'Masmorras'", relacionou com a suspeita acerca dos outros sete investigados.

A investigação chegou a Dorneles através do material apreendido na deflagração da Operação Masmorras Abertas, no dia 16 de abril deste ano, e interceptações telefônicas, autorizadas pela Justiça, que ligam o servidor ao preso Cláudio Aritana Lopes Santos. De acordo com o Ministério Público, as conversas apontam que o diretor do Cepis recebeu dinheiro do detento Aritana.

Com a decisão judicial, Humberto Dorneles está proibido de acessar os prédios públicos da Secretaria da Justiça, inclusive as unidades penitenciárias cearenses. Mais detalhes da investigação acerca do diretor não puderam ser revelados, devido ao sigilo de Justiça da investigação.

Condenado

Cláudio Aritana foi condenado a sete anos e sete meses de prisão, pela 10ª Vara Criminal de Fortaleza, pelo crime de extorsão.

Além da condenação, Aritana já foi preso por suspeita de ter cometido quatro estupros em Fortaleza e um em São Paulo; e ainda responde a processos criminais pelos crimes de roubo e estelionato segundo informações do site do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE).

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.