Número de homicídios cai 13,6% em Fortaleza

Os dados divulgados pela SSPDS mostram que houve 414 mortes no Ceará durante o último mês de março

Escrito por Emanoela Campelo de Melo - Repórter ,

Os assassinatos em Fortaleza apresentaram redução de 13,6% durante o último mês de março. De 154 mortes registradas no terceiro mês de 2017, o número caiu para 133, em igual período deste ano. A apresentação dos últimos dados consolidados dos Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs), que englobam homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte, foi realizada nessa sexta-feira pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).

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Apesar da melhora na capital cearense, a disseminação da presença das facções criminosas na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) e nos Interiores Norte e Sul do Ceará faz com que os Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLIs) continue aumentando nas demais regiões.

Na Região Metropolitana, a variação de março de 2017 com igual mês deste ano foi de 40%, ou seja, o número de execuções passou de 80 para 112. No Interior Sul, houve acréscimo de 13%. A situação no Interior Norte se mostrou a mais preocupante, porque de 55, a soma de mortes passou para 91.

Quando contabilizado todo o Estado, em março morreram 414 pessoas, 15,6% a mais do que em igual período do ano anterior. Os dados consolidados mostram que o acumulado de homicídios neste ano chegou 1.258, com uma média de 14 pessoas mortas a cada dia.

Como estratégia de reação a essa criminalidade letal, o secretário da SSPDS, André Costa, afirmou que a territorialização da Polícia Militar deve ser estendida até a RMF e Interior. O titular da Pasta considerou que ocupação iniciada dentro de 10 comunidades da Capital é essencial para evitar que mais mortes venham a acontecer.

"Tivemos reunião com os representantes das AIS da Região Metropolitana, porque já há um planejamento para a gente começar a trabalhar esse policiamento também na RMF. Temos que trabalhar esse mesmo modelo e levar para outras regiões do Estado. Sempre foi a proposta, agora, com ganho de efetivo, isso tem nos permitido manter patrulhamento nas ruas, mas além disso territorializar a Polícia nas áreas mais críticas. A gente vê sim que temos uma solução e estamos no caminho certo", afirmou o secretário.

Costa acrescentou que os locais de conflito são identificados com base na mancha da violência, pelas demarcações de território (pichações com siglas de facções nos muros) e trabalho do Setor de Inteligência. A partir do levantamento, é direcionada uma equipe específica para a área e identificadas as principais lideranças que atuam no entorno. "Nós temos investimento altíssimo em tecnologia voltada para a Inteligência. A gente investe nos nossos profissionais para as necessidades. Inclusive, o Governador já autorizou recentemente financiamento de R$ 8,5 milhões para comprar equipamentos de tecnologia e desenvolver ferramentas para a Segurança Pública", acrescentou André Costa.

Apreensões

De acordo com a Secretaria, o maior policiamento nas ruas refletiu em um aumento de apreensão de armas de fogo e em mais autos de prisão em flagrante por crimes como homicídio e tráfico de drogas. A Pasta contabilizou que nesse primeiro trimestre de 2018 foram recolhidas 1.798 armas de fogo. O número é 6,7% maior do que janeiro a março do ano anterior.

Outro ponto destacado durante a coletiva de imprensa é a possibilidade, atualmente, de os policiai poderem consultar placas de carros e dados de suspeitos sem precisar entrar em contato com a Ciops. O secretário ponderou que o sistema foi mais uma criação regional no intuito de auxiliar o trabalho diário dos servidores da Segurança.

As prisões em flagrante tiveram acréscimo ainda mais considerável. Nos três primeiros meses de 2017 foram 3.874 suspeitos capturados, enquanto em igual período de 2018 foram 5.202. Entre eles, 2.554 são reincidentes de outros crimes.

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