Justiça decide pela quebra de sigilo telefônico de líder da GDE

A decisão é referente à investigação da 'Chacina das Cajazeiras'. O crime aconteceu em 27 de janeiro de 2018 e deixou 14 mortos; desde o ocorrido, autoridades tentam esclarecer o que está por trás do episódio

Escrito por Redação , seguranca@verdesmares.com.br
Legenda: Algumas das vítimas foram mortas no 'Forró do Gago'. 15 envolvidos no crime viraram réus na Justiça
Foto: FOTO: JL ROSA

Perto de completar um ano de um dos episódios que mais marcou a agressividade das facções criminosas nas ruas do Ceará, o Poder Judiciário deferiu pedidos com a intenção de desvendar a 'Chacina das Cajazeiras' e tornou réus os envolvidos no caso.

Na última semana, a Justiça acolheu denúncia do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) contra 15 acusados de participar do ataque e consentiu a quebra de sigilo de dados telefônicos de um dos envolvidos na matança.

O celular de Auricélio Sousa Freitas, o 'Celim da Babilônia', apontado como um dos líderes da organização Guardiões do Estado (GDE), pode conter informações úteis para o processo.

Conforme consta nos autos, o MP acredita que a análise dos dados existentes no aparelho de 'Celim' "mostra-se indispensável para o esclarecimento dos fatos ocorrido na data de 27 de janeiro de 2018".

Para autorizar a quebra de sigilo, os juízes Fernando Antônio Pacheco Carvalho Filho e José Sarquis Queiroz destacaram que é possível detectar no aparelho o suposto conluio com objetivo criminoso praticado por este acusado e pelos demais denunciados. Segundo os magistrados, o compartilhamento da prova foi deferido diante da relevância para a instrução, mas foi indeferido qualquer outro tipo de dado que exista no aparelho e não tenha estrita ligação ao crime ou não seja de interesse da investigação.

Dentre as decisões protocoladas pela Justiça no dia 7 deste mês, há outras duas negativas. Uma é do pedido de autorização de uso dos bens apreendidos com os acusados, algo que havia sido solicitado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Outro pedido indeferido pela Justiça partiu da defesa de um dos supostos mandantes da chacina Dejair de Souza Silva.

De acordo com o documento, os advogados de Souza solicitaram acesso aos dados e ao conteúdo integral das informações de uma testemunha ouvida no inquérito policial, que teria, em depoimento, citado o nome de Dejair. Devido às obrigatoriedades da lei quanto proteção à testemunha, o acesso foi negado.

Denúncia

Em agosto deste ano, a 2ª Promotoria de Justiça Auxiliar das Promotorias de Justiça de Fortaleza apresentou denúncia sobre o caso que vitimou 14 pessoas, no 'Forró do Gago' e seus arredores. Todos os alvos da acusação são integrantes da facção GDE e, para o MP, devem responder pelos crimes de homicídio qualificado, tentativa de homicídio qualificado, incêndio, uso de gás tóxico ou asfixiante tentado, fraude processual e organização criminosa.

Além de Auricélio Sousa e Dejair de Souza, foram denunciados: Noé de Paula Moreira, Misael de Paula Moreira, Zaqueu Oliveira da Silva, Francisco de Assis Fernandes, João Paulo Félix Nogueira, Ednardo dos Santos, Fernando Alves Santana, Ruan Dantas da Silva, Rennan Gabriel da Silva, Francisco Kelson Ferreira, Victor Matos de Freitas, Ayalla Duarte Cavalcante e Joel Anastácio de Freitas.

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