Índice de veículos localizados cresce 35,7% em Fortaleza

Conforme a SSPDS, foram roubados 10.247 veículos, de janeiro a novembro de 2017, em todo o Ceará

Escrito por Emanoela Campelo de Melo - Repórter ,
Legenda: Segundo a Polícia Civil, os períodos com a maior incidência deste tipo de crime são o início da manhã e o fim da noite. Horários que costumam ter uma menor movimentação de pedestres nas ruas
Foto: FOTO: HELENE SANTOS

O número de veículos roubados ou furtados que foram localizados pela Polícia, em Fortaleza, aumentou 35,7%, de setembro a novembro de 2017, em comparação com igual período de 2016. A estatística foi divulgada recentemente pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). No entanto, conforme o último levantamento oficial da Pasta, de janeiro a novembro de 2017, foram roubados 10.247 veículos no Estado. O número é 11,3% maior do que em igual período de 2016.

O trabalho em conjunto das Polícias Civil, Militar (PM) e Rodoviária Federal (PRF) está rendendo resultados. Desde setembro último, as Instituições se reuniram na tentativa de cruzar dados de seus sistemas, para acelerar a recuperação de carros e motos roubados ou furtados. Enquanto de setembro a novembro de 2016 foram localizados 2.591 veículos, em 2017 o índice saltou para 3.515 no trimestre.

Apesar da estatística ser considerada positiva pela SSPDS, vale lembrar que a recuperação é consequência de um crime anterior. A comparação dos números mostra que as ocorrências de roubo de veículos no Ceará também foram maiores em 2017.

O titular da Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos e Cargas (DRFVC), delegado Diego Barreto, afirma que as investigações acerca dos crimes estão acontecendo de forma mais rápida e eficaz, porém, quadrilhas especializadas neste tipo de ação continuam agindo e lucrando no Estado, principalmente, nos bairros de classe média da Capital.

"Pela estatística, houve um pequeno aumento de roubos e furtos de carros no fim do ano. Novembro de 2017 teve acréscimo de 6%, comparado ao mesmo mês de 2016. Nos roubos, as quadrilhas costumam ter armas de fogo para amedrontar as vítimas. Bairros como Parquelândia, Cidade dos Funcionários e Aldeota apresentam maiores números de ocorrências", esclareceu o delegado titular da Especializada.

Horários

Segundo a Polícia Civil, os períodos com a maior incidência deste tipo de crime são o início da manhã e o fim da noite: Horários que costumam ter uma menor movimentação de pedestres nas ruas. Em Fortaleza, os automóveis mais roubados, atualmente, são o Chevrolet, modelo Onix, e o Hyundai, modelo HB20.

"Eles conseguem isolar o alarme para cometerem os arrombamentos. Usam um equipamento voltado para isso. Os veículos roubados costumam ser abandonados em locais próximos onde o crime aconteceu. Estamos investindo bastante na parte investigativa e na busca por desarticular as quadrilhas inteiras, para reduzir os índices", reiterou Diego Barreto.

Na última semana, conforme levantamento diário da SSPDS, foram localizados, pelo menos, 63 veículos. Todos eles na Capital. Do último dia 22 até essa quinta-feira (28), o dia com maior número de localizações foi a terça-feira (26). Só nesta data, a Polícia recuperou 13 carros e motos.

Quadrilha desarticulada

No ano de 2017 a atuação de diversas quadrilhas especializadas nos crimes contra patrimônio, chegou ao fim. Um dos casos que mais repercutiu foi o do 'Gordinho do Test Drive'. No dia 18 de fevereiro do ano passado, Leandro Oliveira Leite foi preso, no bairro Conjunto Esperança, sob a suspeita de ter furtado, pelo menos, 14 veículos.

O apelido foi dado ao preso pelo modo como ele agia para furtar os veículos. Segundo a Polícia Civil, Leite aplicou golpes em funcionários de concessionárias, revendedoras e pessoas físicas que ofertavam seus automóveis para venda na internet.

Com Leandro Oliveira também foram presos Emerson Costa Antônio e Janderson Melo da Silva. Juntos, os três se passavam por compradores interessados, mas quando iam fazer o test drive alegavam que o veículo estava com algum problema mecânico. No momento em que o funcionário das revendedoras ou o proprietário descia do carro para verificar o suposto defeito, os homens fugiam com o veículo.

Após as fugas, por vezes, o veículo era levado para um desmanche ou revendido para criminosos, para serem utilizados em outras ações criminosas, como sequestros-relâmpago e roubos à mão armada. Nos dois casos, outra ramificação das quadrilhas precisava dar continuidade aos crimes.

Um caso ainda mais recente aconteceu com envolvimento de um taxista. Mateus Moura de Morais, taxista sindicalizado, foi preso junto a Luís Felipe Anselmo Maciel, no último dia 14. A dupla era suspeita de roubar carros e pertences das vítimas em bairros nobres de Fortaleza, fazendo uso do táxi para se aproximar sem levantar suspeitas.

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