Funcionário público teria ordenado furto de armas

Escrito por Redação ,
Legenda: A Polícia Civil deu detalhes da prisão do bando, durante uma entrevista coletiva, concedida à imprensa, ontem. Um suspeito está foragido
Foto: Foto: Thiago Gadelha

Quatro homens foram presos sob a suspeita de invadirem a Delegacia Municipal de Nova Russas, no intuito de furtar uma arma de fogo da Polícia Civil e outros armamentos, que haviam sido apreendidos em procedimentos policiais, na tarde do último domingo (18). O número de objetos levados não foi divulgado. De acordo com os investigadores, os criminosos tiveram informações sobre o funcionamento interno da Delegacia por meio de um funcionário, que prestava serviço na unidade policial.

O guarda municipal Antônio Rogério Duarte Xavier estava a serviço da Delegacia. Segundo a Polícia Civil, ele é suspeito de ter detalhado aos comparsas como deveria ser realizada a ação criminosa, informando uma espécie de roteiro que dava acesso à sala da inspetoria.

"Em depoimento, Xavier, inicialmente, demonstrou não saber do caso, mas com a apreensão do celular dele, conseguimos identificar registros fotográficos feitos dentro da Delegacia. Tinha imagens desde a portaria até o armário, em que as armas estavam. Posteriormente, ele confessou a participação no crime", declarou o titular da Delegacia de Novas Russas, Bruno Rocha, que acredita na hipótese de o suspeito ter fornecido uma cópia da chave da Delegacia aos outros envolvidos na invasão ao prédio, já que a porta de entrada não foi arrombada.

Antônio Xavier revelou também detalhes da ação, apontando os demais suspeitos e determinando as funções de cada um deles no crime. Segundo a Polícia Civil, o guarda municipal, juntamente com Carlos Augusto da Silva eram responsáveis pela logística do grupo; Renan Farias Rosa era o motorista que deu apoio à fuga dos criminosos; e Márcio Cruz da Costa, funcionário da Prefeitura, era o suposto mandante da ação. Costa teria, inclusive, intenção de articular um plano com o objetivo de incriminar um guarda municipal.

"Enquanto a escrivã fazia uma conferência dos armamentos em questão, para enviar um ofício ao Ministério Público, o Márcio Costa estava presente, possivelmente, na intenção de realizar o delito", afirma o delegado Bruno Rocha.

Conforme o diretor do Departamento de Polícia do Interior (DPI) da região Norte, delegado Marcos Aurélio de França, as armas não deveriam estar na Delegacia, e sim sob a guarda do Poder Judiciário. "Apesar de o Ministério Público e o Judiciário terem sido informados sobre a necessidade da transferência, o juiz local não recebeu", disse.

Sobre o desenlace da diligência, o delegado geral da Polícia Civil, Everardo Lima, comentou que resta localizar as armas. "Recebemos informações de que elas estariam em um determinado local, e os policiais foram até lá, mas não obtivemos êxito".

Quatro dos cinco autores do crime foram autuados em flagrante. O quinto suspeito permanece foragido. As investigações prosseguirão no intuito de encontrar as armas furtadas e capturar o último partícipe da ação.

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