Empresário é reinquirido sobre morte de estilista

Escrito por Redação ,
Legenda: A estilista Yrna Castro de Sousa Lemos morreu após fazer uso de morfina junto com o então namorado, Gregório Donizeti Freire Neto, em maio deste ano

O jornalista e empresário Gregório Donizeti Freire Neto, o 'Greg', que teria ocultado o corpo da estilista Yrna Castro de Sousa Lemos, depois que os dois fizeram uso de morfina no apartamento dele e ela morreu, foi reinquirido na Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na tarde de ontem. O depoimento foi acompanhado pela promotora de Justiça Joseana França, pela delegada Socorro Portela e pelos advogados do acusado e da família da vítima.

'Greg' informou como endereço na DHPP uma clínica de reabilitação, no bairro Lagoa Redonda, onde está internado desde o mês de maio. O acusado chegou cerca de meia hora antes do início do depoimento, que começou às 15h. Ele entrou pela porta de trás do prédio, sem ser visto pela imprensa. Um coronel da PM (da Reserva Remunerada), que é parente de Gregório Neto, esteve na antessala esperando que ele fosse inquirido. Por conta do segredo de Justiça decretado, ninguém quis comentar o conteúdo da oitiva.

O depoimento já havia sido marcado outras vezes, mas não aconteceu. O advogado Leandro Vasques disse que de maneira nenhuma 'Greg' queria a morte de Yrna. "Estamos muito sentidos pela tragédia. É preciso registrar que o Gregório nunca desejou a morte da namorada. Infelizmente os dois eram usuários de drogas. Existem testemunhos fartos que confirmam isso. Quem faz uso de substância entorpecente sabe que está vulnerável e sempre corre risco de colocar a própria vida em xeque. Essa fatalidade aconteceu com a vítima Yrna, mas poderia ter ocorrido com o Greg, porque ambos faziam uso da morfina".

O advogado disse que não há provas de que foi seu cliente que aplicou a morfina na estilista. "Há uma discussão que a família da vítima sustenta, que ele teria aplicado morfina nela. Na verdade, como eles faziam uso de morfina desde janeiro deste ano e a tragédia só se deu em maio, era absolutamente comum que ele aplicasse nela e ela nele. E o usuário, que já tem costume, consegue aplicar perfeitamente em si mesmo", afirmou.

O advogado da família de Yrna Castro, João Victor Duarte, disse que está convicto de que Gregório assumiu o risco de matar a vítima, se aplicou alguma substância nela. "As provas e os indícios são suficientes para que esteja configurada a hipótese de um homicídio doloso, com dolo eventual. Isto está bastante claro. Não acreditamos que exista nenhum fato que possa modificar o que foi apurado e o que já está amplamente apurado no inquérito policial".

Duarte afirma também que não há duvidas quanto ao dolo de 'Greg'. "Foram feitas diversas diligências e ouvidas várias pessoas que trouxeram fatos importantes para as investigações, inclusive sobre o uso de drogas. Essas provas foram confrontadas com o depoimento dele. Não acreditamos que exista a necessidade de que seja revertido o quadro já amplamente configurado", declarou o advogado.

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