Empresário e diretor do Fortaleza é morto em assalto

O empresário reagiu ao assalto, travou luta corporal com o criminoso e foi morto a tiros defronte ao banco

Escrito por Redação ,

Em meio a um bairro nobre, movimentado e durante horário comercial, mais um latrocínio foi registrado em Fortaleza. Na tarde de ontem, o empresário Roberto Mamede Studart Soares, conselheiro e diretor de Esportes Amadores e Olímpios do Fortaleza Esporte Clube, foi vítima de uma 'saidinha bancária'. O homem foi morto a tiros quando saía de uma agência do Banco do Brasil, no Papicu.

As imagens das câmeras de segurança dos estabelecimentos do entorno mostram que, por volta das 14h30, Roberto Studart saía do banco localizado entre a Avenida Santos Dumont e Rua Júlio Azevedo. Segundos após entrar no carro, um homem, correndo, foi até a direção da vítima e a abordou.

"Ele já estava sentado no carro. Aí um bandido puxou a porta e eles saíram no tapa. Me afastei e depois só ouvi os disparos", disse um popular, sem se identificar. A versão da testemunha pode ser confirmada nos vídeos. Um homem de camisa branca chega ao veículo de Roberto Studart, anuncia o assalto e começa a agredir o empresário.

A vítima chega a sair do carro e trava uma luta corporal com o criminoso. Porém, em poucos segundos, é alvejado com disparos de arma de fogo e cai. Um outro homem, vindo em uma moto de cor preta, passa ao lado do corpo e auxilia na fuga do responsável pelos tiros.

Quem passava pelo entorno durante a ação contou ter escutado, pelo menos, quatro disparos. "Eu ouvi os estampidos. Um seguido do outro. Depois teve a gritaria. Todo mundo que estava dentro da agência correu para fora", disse um comerciante que trabalha próximo ao banco.

Filha

Minutos após o homicídio, familiares de Roberto Studart e equipes da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Polícia Militar e Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) chegaram ao local.

Uma das primeiras a ver o diretor das categorias de base do Fortaleza morto foi a filha da vítima. Irmãos e amigos de Roberto Studart também estiveram no local. Roberto Moreira, assistente do diretor, lamentou o ocorrido e recordou que assassinatos na Capital são crimes recorrentes. "A violência é grande. A gente vê morte acontecendo todo dia, mas acha que nunca vai ser com alguém tão próximo", disse o amigo de Studart. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), nenhum bem material foi subtraído de Roberto Studart. As polícias Civil e Militar realizam buscas na região no intuito de identificar e prender os envolvidos. Até o fechamento desta edição, nenhum suspeito havia sido preso.

CVLIs

Até março deste ano, a SSPDS havia contabilizado 1.258 Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLIs) no Ceará ao longo do primeiro trimestre. Das mortes, 12 foram latrocínios. No início deste mês, o titular da Pasta, André Costa, havia comemorado que os roubos seguidos de mortes vinham reduzindo.

"O combate ao roubo tem impactado na redução do latrocínio. A gente vem com redução de 36% nos latrocínios. Boa parte da população tem esse temor. Muitas vezes a população não tem medo do homicídio, mas têm medo de ser vítima de um assalto e vir ao óbito", afirmou o secretário há duas semanas.

Poucos dias após esta fala, uma estudante foi morta vítima de um latrocínio. Cecília Rachel Gonçalves Moura foi baleada na cabeça, no bairro Parque Manibura. No último dia 12, a universitária conduzia um automóvel quando foi surpreendida por homens armados.

Cecília chegou a ser hospitalizada no Instituto Doutor José Frota (IJF), mas não resistiu aos ferimentos e morreu horas após a ação. Menos de uma semana depois, a Polícia Civil considerou o crime como elucidado. Ao todo, sete suspeitos foram presos pelo assassinato da jovem.

Dentre os capturados, dois já tinham utilizado tornozeleira eletrônica. Um havia terminado de cumprir a medida cautelar recentemente. Já um outro, identificado como Rodrigo Barbosa de Moura, rompeu a tornozeleira no mesmo dia do atentado.

Antes da morte da estudante, outro latrocínio já havia sido registrado neste mês. João Batista de Sousa, 58, foi morto em Paraipaba no dia 5 de abril de 2018. 

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