Divisão de Homicídios apura morte misteriosa de estilista

Corpo da mulher foi encontrado no porta- malas do carro do namorado jornalista, no bairro Dionísio Torres

Escrito por Redação ,
Legenda: Yrna era formada em Design de Moda e trabalhava como estilista. Havia iniciado curso de Administração

A Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), através da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), investiga a morte da design de moda e estudante universitária de Administração Yrna de Souza Castro, de 27 anos. Ela foi encontrada morta dentro do porta-malas do carro do namorado, o jornalista e administrador de empresa Gregório Donizeti Freire Neto, de 27 anos. O casal teria feito uso de substâncias alucinógenas injetáveis à base de morfina.

De acordo com a diretora da DHPP, delegada Socorro Portela, o corpo da design de moda foi encontrado apenas na madrugada de ontem. O veículo, da marca Mercedes, estava no estacionamento do prédio onde mora o namorado, na Rua Francisco Gonçalves, bairro Dionísio Torres. No porta malas, estava o corpo da mulher.

Conforme a delegada, o namorado da vítima procurou a Polícia por volta das 20h30 de domingo (1º). "Ele estava bastante abalado. Revelou que, durante o dia de domingo, tentou de algumas maneiras tirar a própria vida mas não conseguiu. Ele estava com os pulsos lesionados", afirmou Socorro Portela.

O jornalista buscou a Polícia na presença de dois advogados. À autoridade, revelou que esteve com a namorada durante o sábado (30), fazendo uso de substâncias alucinógenas. Naquela noite, haviam injetado um composto à base de morfina e combinado com comprimidos.

"Gregório disse que ele e a namorada faziam uso desse produto desde janeiro deste ano, e que ele era quem usava as maiores doses. Disse também que o efeito do composto era uma sensação de prazer seguida de sonolência", indicou.

Desmaios

Entretanto, na madrugada de sábado, algo teria fugido do controle, segundo informou o jornalista à delegada. Yrna não teria reagido bem à dosagem daquela vez, conforme relatou o namorado à Polícia.

A mulher, então, desmaiou. Imagens de câmeras de segurança instaladas no prédio onde o homem mora captaram o momento em que ele deixa o local com ela nos braços, desacordada. A ideia, conforme revelou, era levá-la ao hospital.

O homem retornou ao prédio e saiu no carro. A namorada ia no banco do passageiro. No caminho, disse à delegada, o efeito do composto químico o fez cair no sono, nas proximidades de uma unidade de saúde particular.

"Ele disse que levava ela no carro para o hospital, mas a morfina começou a fazer efeito, então encostou o carro e também apagou. Quando acordou, disse que conferiu e percebeu que a namorada estava morta. Então, voltou para o apartamento".

Entretanto, no caminho, conforme indicou no depoimento que prestou à Polícia, Gregório deu algumas voltas no bairro Cocó. Em uma rua não especificada, decidiu colocar o corpo da namorada no porta malas. Só então retornou para casa.

No endereço onde reside, o homem teria tentado contra a própria vida. "Ele disse que, pelo efeito do que usou durante a noite, não sabia o que fazer. Entrou em desespero. Daí, atentou contra a vida própria algumas vezes, sem sucesso", informou a delegada titular da DHPP.

Ao se apresentar de maneira espontânea à Polícia, Gregório informou onde estava escondido o corpo da mulher. Uma equipe da DHPP, com a presença da própria delegada titular, foi ao local indicado. No entanto, já era madrugada de segunda-feira, quase 24 horas após a morte da design de moda.

Com a localização do corpo, Gregório foi autuado por ocultação de cadáver e liberado em seguida. Conforme a Polícia, apenas os exames cadavéricos poderão indicar qual foi a causa da morte de Yrna. Não teriam sido observados sinais de violência no corpo da mulher.

Relação

O casal namorava, segundo a Polícia, desde dezembro do ano passado. Conheceram-se em um site de relacionamentos.

Conforme a delegada, os familiares da mulher estranharam a versão de que Yrna tenha injetado alguma substância no próprio corpo pois, conforme eles, a design de moda não era afeita ao uso de entorpecentes.

A reportagem apurou que Gregório, no entanto, já foi internado e participou de programa de recuperação por dependência química. Desde os 17 anos de idade, conforme relatos, ele era usuário de cocaína.

Se condenado por ocultação de cadáver, o homem pode ser punido com prisão de um a três anos além de multa.

dassa

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