Centro de Inteligência Regional está na berlinda

Em entrevista exclusiva concedida ao Sistema Verdes Mares, o titular da SSPDS, André Costa, falou sobre a sua permanência na Pasta após a reeleição do governador Camilo Santana, e quais são os próximos investimentos a serem feitos na Segurança Pública Estadual

Escrito por Emanoela Campelo de Melo , emanoela.campelo@diariodonordeste.com.br

Prometido desde o início de 2018, com data prevista para ser inaugurado até este mês de outubro, o Centro de Inteligência Regional do Nordeste não tem data para existir. Segundo o secretário da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), André Costa, a previsão é que o equipamento não tenha mais aporte do Governo Federal para ser concretizado.

A confirmação acerca das incertezas relacionadas ao setor específico são um problema a mais. O titular da Pasta afirmou em entrevista exclusiva ao Sistema Verdes Mares que considera o equipamento "fundamental para investigar e prevenir ações relacionadas às facções criminosas".

André Costa revelou que, no mês de julho deste ano, autoridades divulgaram que o equipamento seria instalado no Palácio Iracema, onde já funcionou a vice-governadoria do Estado, em até 90 dias. Agora, que já se aproximava o prazo final para a entrega do Centro Regional, o secretário adianta que houve um atraso no cronograma.

"Vou ter uma reunião no Palácio do Governo, em breve, para tratar do tema. Nos últimos dias, recebemos ofício vindo da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) com diversas demandas do Governo Federal. Estão pedindo que o Estado faça os investimentos iniciais e até mesmo custeio. Isso nos surpreendeu. O Centro Regional é uma estrutura do Governo Federal. O Estado, desde o início, se comprometeu a fornecer a edificação, mas fomos surpreendidos com demandas pedindo mobílias, computadores e até servidores. Também as contas de água, café e material de limpeza".

Conforme o secretário de Segurança Pública, é de interesse do Estado custear o Centro de Inteligência, para vê-lo funcionando o mais rápido possível. André Costa não negou que o atraso na inauguração poderá comprometer o trabalho de repressão.

"O Ceará é um modelo de integração para o País. Qualquer atraso é prejudicial ao Ceará e aos demais estados do Nordeste. Esses grupos criminosos que atuam aqui vêm de fora do Estado. Continuamos com o velho problema: precisa haver integração das bases de dado da Inteligência", destacou o secretário.

Planos

Poucos dias após a reeleição do governador Camilo Santana, o titular da SSPDS ressaltou que os investimentos na Segurança Pública do Ceará devem continuar. O responsável pela SSPDS revela que os planos são de permanecer o combate à violência, aliado a investimentos na educação de base, segundo ele, prioridade de Camilo Santana nos próximos quatro anos.

"O maior clamor da população é a Segurança Pública. No momento que você consegue mostrar trabalho, as críticas são esvaziadas. Mostramos ter feito investimentos certos e direcionados. Esses investimentos trouxeram resultados e tiveram impacto forte, inclusive, nas eleições aqui", ponderou, lembrando que o Ceará vem reduzindo há seis meses os Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLIs).

Sobre sua permanência como titular da Pasta nos próximos anos, e o que ainda acontecerá em 2018, o secretário disse "ainda não ter conversado" com o governador reeleito", mas garantiu que nos próximos dois meses haverá continuidade da ampliação do Batalhão de Policiamento de Rondas e Ações Intensivas e Ostensivas (BPRaio) e sistema de videomonitoramento, em cidades com até 30 mil habitantes. Também está previsto para este ano o lançamento do primeiro Big Data da Segurança no Brasil, o aumento no número de bases fixas da PM e a entrega de aeronaves da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer).

Já pensando a médio prazo, Costa adiantou que as Corporações ligadas à SSPDS serão reforçadas. "Há uma turma em formação do Corpo de Bombeiros. Para a Perícia Forense do Ceará (Pefoce) fechamos edital do concurso e lançaremos em breve. Sobre o aumento da PM, estamos aguardando a Procuradoria Geral do Estado (PGE) bater martelo para dizer se podemos chamar mais praças. Se não poder, queremos lançar um novo edital".

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