Ceará registra queda no número de execuções

Porém, se somados os cinco primeiros meses de 2018, houve um aumento no índice, em comparação com 2017

Escrito por Redação ,
Legenda: Em coletiva concedida, ontem, a SSPDS divulgou as estatísticas do Estado
Foto: Foto: Natinho Rodrigues

O número de Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLIs) - homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte - em maio de 2018 atingiu 372 casos. Houve uma diminuição de 21%, em relação a maio do ano passado, quando foram contabilizados 471 execuções. Por outro lado, se somados os casos dos cinco primeiros meses deste ano, aconteceram 1.996 execuções. Em igual período de 2017 foram 1.825, representando assim, um aumento de quase 10% neste ano.

> Quase 2 mil assassinatos já foram registrados em 2018

Os dados foram divulgados pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS-CE), nesta quinta-feira (7), durante reunião do programa "Em Defesa da Vida", realizada na sede do órgão, no bairro São Gerardo. Entre as regiões em que a SSPDS dividiu o Estado, Fortaleza permanece como a mais crítica, com 121 mortes violentas em maio deste ano, apesar de ter registrado uma redução de 36,3% no número de CVLIs ante o igual mês do ano anterior. A Região Metropolitana e o Interior Sul também apresentaram uma melhora em seus respectivos quadros, com quedas de 23,8% e 34,5% na quantidade de assassinatos.

O Interior Norte, por sua vez, registrou 101 mortes violentas, em maio, e viu a quantidade de CVLIs disparar 40,3%, na comparação com igual período de 2017. "Isso não representa necessariamente um avanço do crime organizado nesses locais. Estive reunido, em Canindé, com todo o efetivo da Região Norte e foram passados outros problemas, como familiares, pai matando filho", destacou o titular da SSPDS, André Costa.

Também houve aumento nos percentuais de CVLIs acumulados na Região Metropolitana de Fortaleza e no Interior Norte, com 32,9%. Costa pontuou, ainda, que o aumento também se deve ao fato de cada área ter realidades distintas, mas revela que o tráfico de drogas pode ter relação com a maioria dos casos, ainda que indiretamente. "Esse é um problema que migra muito, tem uma dinâmica muito forte, mas não é um regra", complementou o secretário.

Capital

Em Fortaleza, a redução de crimes acumulados de janeiro a maio deste ano foi tímida, de 5,5%. André Costa atribuiu o balanço positivo ao trabalho que a Pasta vem fazendo. "É fruto de um aumento de efetivo, otimizado com o uso de tecnologias".

A realidade dos números positivos na Capital, de acordo com o secretário, tem fatores ligados também à intensificação do policiamento em locais onde havia disputas entre facções. "Nenhum lado venceu. Nesses pontos, quem manda hoje é a própria sociedade. Levamos não só policiamento, mas ações sociais a esses lugares. Da mesma forma, vamos conseguir reduzir os números do Estado", afirmou.

A SSPDS informou que houve também redução nos índices de Crimes Violentos Contra o Patrimônio (CVP), na ordem de 17,6%, em Fortaleza, para roubos a pessoas, de documentos e outros; 31,1% em roubos a cargas, residências e veículos; e redução de 16,8% em furtos.

A Pasta divulgou durante a coletiva que em maio de 2018, 26 mulheres foram assassinadas no Ceará. Apenas um dos casos foi tipificado como feminicídio. Esse crime apareceu pela primeira vez na edição 2018 do Atlas da Violência, divulgado esta semana pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

Segundo o relatório, o número de homicídios no Ceará dobrou de 2006 a 2016, com uma diferença de 1.792 para 3.642 casos. A taxa de crimes para cada 100 mil habitantes no Estado subiu de 21,8 para 40,6 mortes no mesmo período de dez anos, num aumento de 86,3%. (Colaborou João Duarte)

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.