Ameaças feitas por gangue são fixadas em postes

Os cartazes alertam que possíveis colaborações dos moradores com o trabalho da Polícia não serão toleradas

Escrito por Redação ,

Cartazes fixados em postes dos bairros Caça e Pesca e Vicente Pinzón vêm chamando atenção dos moradores, desde o último fim de semana, quando foram percebidos. Assinados pelo grupo que se denomina 'Guardiões do Estado', o texto colado em vários pontos das comunidades afirma que o bando está em guerra com a Polícia e não com os cidadãos do bairro.

"Ei, população do Caça e Pesca. Nós estamos atrás de paz! Nossa guerra é contra a Polícia e não contra os cidadãos, mas só que existem pessoas que estão nos caboetando; se lembre que a Polícia vai embora e os caboetas ficam porque a paz é pra quem quer paz e nós não apoiamos caboetas bocas de prata estuprados, nem pirangagem com os cidadãos do Caça e Pesca. Ass: G.D.E (sic)", diz o cartaz, que está no poste na Rua 3, no bairro Caça e Pesca.

No bairro Vicente Pinzón, a mensagem tem conteúdo parecido, mas pede que não sejam cometidos homicídios. "Estamos querendo paz mais tem pessoas cabuetando, lembreçe que a polícia vai embora e você fica. A paz é para quem quer paz. Estamos do lado da comunidade mais queremos respeito. Não vamos aceita cabuetas, furtos na favela, estrupador e derramamento de sangue banal. Pra alguem morrer tem que ter motivos fortes. Vamos respeitar os moradores, mais queremos respeito também. Agradecemos (sic)".

Segundo pessoas que moram nos bairros citados, os cartazes estariam nos postes desde o fim de semana e que, além dos comunicados impressos, os criminosos da 'Guardiões do Estado' teriam feito avisos verbais pelas ruas das proximidades.

De acordo com o coronel Lauro Carlos de Araújo Prado, secretário adjunto da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), a área onde os cartazes foram colocados faz parte do território da primeira Unidade de Segurança Integrada (Uniseg). O aumento do efetivo da Polícia no local passou a incomodar os criminosos. Conforme o secretário adjunto, esses avisos são reflexos da presença ostensiva da Polícia e da parceria com a comunidade.

Lauro Prado informou que a área conta com equipes do Batalhão de Policiamento Turístico (BPTur) e patrulhas do 8º BPM. O secretário adjunto revelou que as mensagens são disseminadas com o objetivo de "criar o caos" e colocar "terror na cabeça da sociedade", mas a Polícia vai continuar com seu trabalho. "Eles se intitulam um grupo forte, mas não têm estrutura e nem estão em disputa com outros grupos. Eles inventaram isso para dizer que são contra a presença de facções de fora do Estado aqui e querem se credenciar como bandidos importantes, mas fazem parte de um grupo local".

Sem organização

Uma fonte da SSPDS, que terá a identidade preservada, disse que o grupo 'Guardiões do Estado' foi criado no Conjunto Palmeiras, mas não é organizado o suficiente para a prática de grandes crimes ou para promover uma união entre gangues rivais que atuam nos bairros.

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.