Aliança com PCC foi feita por 'Celim'

Escrito por Redação ,
Legenda: A Comunidade da Babilônia, no bairro Barroso, era o principal ponto de droga comandado por Auricélio, em Fortaleza, segundo a Polícia
Foto: FOTO: NATINHO RODRIGUES

Sem concordar com a mensalidade cobrada pela facção Primeiro Comando da Capital (PCC), Auricélio Sousa Freitas, o 'Celim' pensou em um plano de distribuir drogas pela Capital, sem pagar 'taxas'. Foi ele quem deu a ideia da criação da facção Guardiões do Estado (GDE), no Conjunto Palmeiras, no ano de 2015, segundo uma fonte de uma célula de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).

> Fundador da GDE morava em um flat na área nobre 

"A GDE não tinha força para enfrentar o PCC, por isso ele propôs uma aliança: não pagaria a mensalidade, mas compraria a eles toda a droga que a GDE iria vender; e tomaria conta de combater aqui no Ceará o maior inimigo do PCC, que é o Comando Vermelho (CV). Essa guerra foi desencadeada pelo 'Celim'. Ele é o responsável pela aliança feita com o PCC e por essa estratégia de eliminar rivais com a morte".

Segundo o investigador, todos os meses 'Celim' locava um automóvel diferente, sempre blindado. Desta vez, a locadora ficava na Avenida José Bastos e foi o ponto de partida dos levantamentos, que terminaram com a identificação e a interceptação do Corolla. No comando de vários pontos de Fortaleza, como as Comunidades da Babilônia, Rosalina, Riacho Doce e os Conjuntos Palmeiras e Tancredo Neves, Auricélio estava sendo procurado pela Polícia, mas também por outros criminosos.

"Ele vivia fugindo da Polícia, dos líderes das facções e de criminosos aleatórios. Ia muito para Aracati ficar escondido. A vida dele era sempre essa: mudar de nome, de carro, de casa. Deixar de existir e passar a ser outra pessoa. Apesar de ousado e muito violento, estava acuado e com medo", disse o policial.

Enfraquecimento

O servidor da SSPDS ressalta que, embora as principais lideranças da GDE estejam presas, isso não é garantia que a facção enfraqueça, ou mesmo deixe de existir. Para ele, a maneira que os criminosos serão custodiados no Sistema Penitenciário será determinante. "O 'Celim', por exemplo, estava agindo para impressionar, manter o poder. Aterrorizava mesmo. No presídio vai ser do mesmo jeito. A GDE enfraquece, se os líderes forem isolados, ou mandados para um presídio federal. Se forem mantidos como presos comuns, não muda nada. Todos eles já são preparados, para o caso de serem presos. Todos têm alguém para assumir o lugar e dever lealdade".

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