R$ 10,8 mi são anunciados para mais tecnologias sociais

Escrito por Redação ,

Iguatu. O Ceará é um dos Estados beneficiados com o programa de novas tecnologias para a boa convivência com a seca no sertão, que foi firmado nesta quinta-feira (21), em Recife, entre a Articulação do Semiárido (ASA) e a Fundação Banco do Brasil (FBB). A ação prevê implantar 180 bancos comunitários de sementes crioulas e 171 cisternas para armazenamento de água da chuva na região do Semiárido Brasileiro.

As tecnologias são soluções simples e de reduzido custo individual para desafios sociais, em interação com a comunidade. O projeto definiu a implantação em nove estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe e Minas Gerais, com investimento de R$ 10,8 mi.

Cada Estado será beneficiado com 20 bancos de sementes, com 400 famílias envolvidas, somando 3.600 em todo o projeto. Elas vão passar por capacitação para organizar o trabalho e a gestão do banco de sementes.

Os bancos comunitários funcionam com a lógica de uma instituição financeira, mas, em vez de dinheiro, o bem são as sementes crioulas, as que são utilizadas tradicionalmente desde os antepassados. Os agricultores participantes depositam no banco as sementes, quando chega o período de plantar, eles pegam a quantidade necessária.

Após a colheita, cada um dos participantes devolve 50% a mais do que foi emprestado. "Isso ajuda a aumentar o estoque para atender mais gente na próxima safra", explica a assessora da ASA, Maitê Maronhas.

As sementes crioulas são um patrimônio genético, formado e conservado pelas comunidades, porque, com o passar das gerações, houve o acúmulo de conhecimento sobre a melhor maneira e época de plantar, colher e estocar. "Além disso, elas são mais adaptadas às condições locais, mais resistentes a pragas e têm características que os agricultores valorizam", pontua. "O milho crioulo, por exemplo, tem a palha que serve de alimento para os animais", acrescenta.

A iniciativa também prevê a implantação de 171 tecnologias sociais que captam e armazenam água da chuva para a produção de alimentos e a criação de pequenos animais (cisternas calçadão e de enxurradas) com capacidade para 52 mil litros. As famílias participantes vão passar por capacitação sobre manutenção e uso racional da água.

As tecnologias sociais de acesso à água já são uma realidade em várias comunidades rurais. "Temos experiências exitosas no Centro-Sul do Ceará, com produção de frutas, hortaliças com uso da água dessas cisternas", observa o presidente do Instituto Elo Amigo, em Iguatu, Marcos Jacinto. A entidade é parceira da ASA.

Agenda 2030

O Banco de Sementes com Tecnologias de Acesso à Água está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), principalmente com os objetivos Erradicação da Pobreza, Agricultura Sustentável, Água Potável e Saneamento e Redução de Desigualdades. (H.B.)