Procissão enche Juazeiro de cores
Ônibus, carros, caminhões e camionetas formaram uma grande fila, com mais de mil veículos
Juazeiro do Norte. Ornamentada com flores, fitas, adesivos, balões ou bandeiras, a tradicional "Procissão dos Transportes dos Romeiros" foi realizada nesta sexta-feira (14), durante a Romaria de Nossa Senhora das Dores. Ônibus, carros, caminhões e camionetas formaram uma grande fila, com mais de mil veículos, festejando, no penúltimo dia da Romaria de Nossa Senhora das Dores. Desde o dia 25 de agosto, estima-se que mais de 200 mil pessoas passaram pela Terra do Padre Cícero.
No trajeto, milhares de juazeirenses saúdam os romeiros que passam. Em troca, os visitantes arremessam de seus veículos balas, pirulitos, pipocas e outras guloseimas para a população. É uma festa! Mesmo debaixo de sol forte, os participantes, sobretudo as crianças, disputam os doces nas ruas de Juazeiro do Norte. A tradição surgiu no dia 14 de setembro de 1974 e permanece anualmente na véspera do dia da padroeira.
Segundo o padre Cícero José da Silva, pároco da Basílica de Nossa das Dores, a procissão começou com os caminhões, que era o meio de transporte mais popular entre os romeiros. "Hoje, é caracterizada como a procissão dos meios de transportes, porque tem ônibus, caminhões, carros de passeio", explica. Além do caráter festivo de carinho e agradecimento por estarem em Juazeiro do Norte, o sacerdote acredita que cria um "intercâmbio" e um "entrosamento" entre os visitantes e os juazeirenses.
Por outro lado, padre Cícero José adverte os romeiros para terem atenção quanto à segurança dos pedestres que, em alguns momentos, travam batalhas pelos doces entregues. "Sempre pedimos que essa alegria de quando jogam os bombons para as crianças, jovens e adultos, seja sempre feita em segurança, para não colocar a vida de ninguém em risco", pede. Contudo, ainda é difícil explicar como surgiu essa tradição. "Acredito que isso é um jeito alegre de manifestar o amor a Nossa Senhora, Mãe de Deus", palpita o pároco.
O motorista José Ivânio dos Santos conta orgulhoso com mais de 200 viagens para Juazeiro do Norte. Por ano, são seis. De Surubim (PE), até o Cariri cearense são quase 600Km, que não impedem o entusiasmo de participar de mais uma romaria e estar de pé, cedinho, decorando seu ônibus. "É a fé, os milagres que a gente consegue. É muito prazeroso vir para cá. Quando acaba a romaria, é muito triste", confessa.
A dona-de-casa Graça Maia, romeira de Palmeira dos Índios (AL), retornou à Terra do Padre Cícero depois de 30 anos que visitou e ficou encantada com a procissão dos transportes que conheceu quando ainda era criança. "Eu tô tão empolgada. Não sei se mais alegre são eles ou eu. A felicidade é imensa. Para mim é uma glória", resumiu. Seu conterrâneo, o aposentado Paulo Marques, fez questão de levar um saco grande para distribuir balas para a molecada. "Não gastei nada. Nas primeiras vezes comprei. Depois, os colegas, todo ano, vão se aproximando e dão dinheiro ou bala", explica.
Para Paulo, a vinda à Juazeiro do Norte simboliza muitas coisas, mas, a principal delas, é sua gratidão ao Padre Cícero que, segundo ele, o curou de um câncer na próstata. "Sou muito feliz aqui. Só deixo a romaria quando eu morrer", enfatiza. Já a agricultora Maria de Fátima Gomes, de Surubim (PE), visita a cidade há 35 e já projeta muito mais pela frente. "É muita festa, alegria, religião. É só bênção", sintetiza.
Programação
Missa na Basílica - 5h, 7h, 9h e 15h
Missa na Capela do Socorro - 7h
Despedida dos Romeiros (bênção do chapéu)
Local: Basílica Santuário de Nossa Senhora das Dores - 12h
Procissão Solene
Local: Basílica Santuário de Nossa Senhora das Dores - 17h
Encerramento com a Bênção do Santíssimo - 18h30
Show Pirotécnico - 19h