Prefeita pioneira vota em Quixeramobim

Escrito por Redação ,
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Sem incidentes, Sertão Central, Centro-Sul, Zona Norte e Vale do Jaguaribe participam do segundo turno

Quixeramobim. Quando a ex-prefeita desta cidade, Aldamira Guedes Fernandes, resolveu atravessar as praças Nossa Senhora do Carmo e Comendador Garcia, nesta manhã de domingo, com destino a Escola Assis Bezerra, o fazia convicta de que iria votar na primeira mulher a assumir o cargo mais elevado da Nação, o de presidenta do Brasil. Confiante, estava cumprindo mais um ato histórico. Feito parecido, pioneiro na política nacional, ela havia conquistado há 52 anos quando se tornou a primeira prefeita do País, por meio das eleições direitas.

A atitude da eleitora de 82 anos surpreendeu o presidente da 36ª Seção da 11ª Zona Eleitoral, Glauber Freire, e seus assistentes. Eles não sabiam que Dona Aldamira, como ficou conhecida na militância política, fora a primeira brasileira a assumir um cargo executivo municipal.

Eles também ficaram surpresos com a disposição e simpatia dela. Apesar da idade, não teve dificuldade para votar na urna eletrônica. Ela não tem mais a obrigação de comparecer à seção eleitoral. Já tem mais de 70 anos de idade.

Felicidade

Dona Aldamira justificou sua atitude. Não queria perder a oportunidade de participar da eleição da sua candidata, Dilma Rousseff. Afinal, a vantagem das pesquisas na véspera das eleições era superior a 14%. Não havia como perder. Também poderia recordar um dos momentos mais felizes da sua vida.

Foi exatamente naquela escola, a primeira do Estado construída no Interior do Ceará, que ela cumpriu o mesmo ritual a meio século atrás, sendo eleita pelo povo de sua terra. "Ao longo da minha vida, o destino e a história têm me reservado boas surpresas", completou.

Poucos tiveram a oportunidade de presenciar o fato histórico. Não havia filas. Foi assim nas outras seções do Município, explicou o chefe do Cartório Eleitoral, Renato Vilanova. A expectativa e de sua equipe era ter todas as urnas eletrônicas apuradas até às 21 horas. Bem diferente do 1º turno, quando o horário havia encerrado e as filas se estendiam pelos corredores dos estabelecimentos onde foram instaladas as urnas.

Na cidade de Quixadá, muita gente correu para as seções eleitorais ainda cedo. Alguns ficaram em dúvida quanto ao horário de verão. Enquanto aqui eram 7 horas, no Sul do País, os relógios já marcavam 8 horas. Mas a maioria pretendia mesmo era votar logo para viajar. "Eu quero aproveitar o imprensado do feriado de Finados", explicou a professora Sandra Ferreira. Ela, o marido e os filhos estavam de malas prontas para o litoral de Aracati, onde os pais moravam e foram sepultados.

Incidente

De acordo com o chefe do Cartório Eleitoral de Quixadá, Antônio de Lima, o maior da região, o pleito correu ainda mais tranquilo neste 2° Turno. Apenas uma urna apresentou problema. A bateria foi trocada. Ele estimava computar os votos das 207 seções e outras 34 agregadas até as 20 horas. No Município foram disponibilizadas 173 urnas para 53.428 eleitores.

Nenhum incidente no Município havia foi registrado. Nas outras cidades da região o compromisso das urnas foi tranquilo e rápido, conforme informaram chefes de cartórios e juízes eleitorais. Até mesmo quem costuma ter dificuldade na hora de enfrentar algum equipamento eletrônico não levava mais de dois minutos para confirmar o voto para presidente.

Número

87 mil eleitores, em média, foram aptos a votar na 6ª zona eleitoral, da qual fazem parte os municípios de Quixadá, Banabuiú, Choró e Ibaretama, no Sertão Central

ALEX PIMENTEL
COLABORADOR

CENTRO-SUL

Policiamento em Iguatu é reforçado

Iguatu. Diferentemente do primeiro turno, em que esta cidade registrou a eleição mais violenta do Interior do Estado, o pleito de ontem foi marcado pela tranquilidade e reduzida movimentação de eleitores nos locais de votação. Pela manhã, o juiz eleitoral, Cristiano Leitão, fez um apelo em emissoras locais de rádio para que o eleitor comparecesse às urnas e não deixasse para a última hora.

Mas, tendo em vista as ocorrências verificadas no primeiro turno, com registro de prisões por boca de urna e até tiroteio em bairro da periferia desta cidade, houve reforço de policiais militares e de três equipes de policiais federais. "Infelizmente, as eleições em Iguatu nos últimos anos têm sido acirradas e isso nos traz preocupação", observou o juiz.

As filas, embora reduzidas, ocorreram apenas na primeira hora de funcionamento do pleito, depois as seções ficaram vazias. A rapidez no ato de votar eliminou as filas e fez com que se tivesse a impressão de uma elevada abstenção. "Hoje está bem diferente, sem fila e sem confusão", disse o aposentado, Pedro Marques. "Seria bom se todas as eleições fossem assim".

Na tradicional missa dominical das 8 horas, na Catedral de São José, o bispo da Diocese de Iguatu, dom João Costa, pediu bênçãos para o eleitorado e para os candidatos e orientou que cada um votasse com fé e com Deus no coração. "Devemos ter uma postura crítica, consciente e voto não deve ser por capricho, insensatez", frisou. O pastor considerou o pleito como uma vitória da democracia que está consolidada no Brasil.

Sem transporte

Os partidos políticos e coligações, diferentemente do primeiro turno, não colocaram transportes a serviço da Justiça Eleitoral para a condução dos eleitores. "Os partidos não ofereceram transporte e houve algumas dificuldades para o deslocamento de eleitores", disse o juiz.

Houve também dificuldades de deslocamento de eleitores na zona rural de Icó, o segundo maior colégio eleitoral da região Centro-Sul.

HONÓRIO BARBOSA
REPÓRTER

Transporte

"Os partidos não deram transporte e houve dificuldades para o deslocamento de eleitores"

Cristiano Rabelo Leitão
Juiz eleitoral de Iguatu

SOBRAL

Eleitores especiais vão às urnas

Sobral. A eleição neste Município, na região Norte, onde está concentrado o maior colégio eleitoral, com 124.111 eleitores, transcorreu de maneira calma e pacífica. Logo cedo, antes mesmo das urnas abrirem, já se formavam as primeiras filas. Eram as pessoas querendo aproveitar os primeiros minutos, para aproveitar o resto do dia. No entanto, com o passar do tempo, as ruas começavam a ganhar um vazio, cena bastante comum dos fins de semana dos grandes centros urbanos.

Enquanto isso, policiais militares se postavam em áreas próximas às seções eleitorais, onde costumeiramente se formam um aglomerado de eleitores e militantes. De acordo com o tenente-coronel Gilvandro Oliveira, comandante de 3º BPM, cerce de mil homens foram empregados na “Operação Eleições 2010”. O batalhão recebeu um reforço vindo da Capital de 300 policiais militares, que foram divididos entre os 34 municípios que compõem a circunscrição do BPM. “Atuamos de maneira bastante preventiva para evitar qualquer tipo de crime, principalmente os de boca-de-urnas, um dos crimes eleitorais mais comuns”, disse ele.

Entre um eleitor e outro a sempre aqueles que chamam a atenção, seja pela idade, ou até mesmo pela dificuldade de chegar ao local de votação, como foi o caso do cadeirante José Cláudio Ferreira Lima, 46 anos. Ele teve que enfrentar barreiras até chegar a seção de número 136, instalada dentro do colégio onde ele vota. A primeira delas na entrada do estabelecimento, um batente no portão principal obrigou o cadeirante a contar com a ajuda de terceiros para entrar no local.

Mais adiante, após descer uma rampa e se dirigir para a sala de aula, teve que enfrentar mais um degrau. Na entrada para a sala, onde foi instalada a sua sessão eleitoral, outro batente. “Essa dificuldade enfrentada por nós na hora de se locomover é que causa aborrecimento. Mas já estou acostumado”, disse José Claudio.

A eleitora aposentada, Antônia Mesquita Rodrigues, também teve dificuldade de encontrar seu local de votação. Um erro na documentação emitida pelo Tribunal Superior Eleitoral, a troca de uma vogal, onde deveria constar o seu primeiro nome batismo, aparece Antônio. “Já sei porque não estou conseguindo encontrar seu nome na lista, ele está escrito errado”, disse o mesário da sessão de número 136, a mesma onde vota o governador do Estado, Cid Gomes.

Em Sobral, cada eleitor levava em média 15 segundos para votar. No período da tarde o comparecimento de eleitores foi bastante pequeno, mas nada que superasse os 20% de abstenção do primeiro turno.

Compromisso

"Sempre procurei votar mais cedo. Nunca justifiquei. Votar é mais do que um ato de cidadania, é um compromisso"

Domingos Mouta
56 anos
Motorista

"Voto porque quero o melhor para o Brasil. Escolher o futuro chefe da Nação é, antes de tudo, uma grande responsabilidade"

Francisco José
50 anos
Funcionário público

WILSON GOMES
COLABORADOR

VALE DO JAGUARIBE

Votantes foram maioria pela manhã

Limoeiro do Norte.
Neste domingo de 2º turno, último do mês de outubro, Limoeiro do Norte, Município localizado na região do Vale do Jaguaribe, votou tranquilo, exercendo seu direito cívico da melhor maneira possível. A maioria dos eleitores foi às urnas pela manhã, mostrando algum movimento na cidade.

Os carros adesivados, propagandas volantes dos candidatos, circularam, mas sem maiores transtornos. Os eleitores se mostraram ansiosos por dar sua contribuição, o que foi visível no modo como agiram enquanto esperavam sua vez de voto, do lado de fora das seções eleitorais. Não houve formação de filas na maior parte das seções, o que viabilizou o trabalho dos mesários e presidentes.

Ocorrências

Apenas duas ocorrências foram registradas pela Polícia Militar de Limoeiro do Norte, sendo que um dos crimes eleitorais ocorreu na cidade de Tabuleiro do Norte, onde sete pessoas, em um bar, infringiam a Lei Seca; e no Município de São João do Jaguaribe, tumulto causado por “boca de urna”. De modo geral, o público eleitor esteve calmo.

Reclamação

Algumas reclamações surgiram, como a demora de alguns mesários em localizar os nomes dos votantes, a ausência de um presidente em uma seção ou a mudança de sede de algumas seções, como já visto no 1º turno. “A dificuldade que encontrei foi a lentidão de alguns mesários, o que causava certa espera desnecessária”, disse Raimundo Moura, 34 anos, pedagogo, residente em Limoeiro.
Ao fim da votação, o Vale do Jaguaribe havia cumprido seu papel cívico de maneira prevista e organizada.

Lentidão

"A dificuldade que encontrei foi a lentidão de alguns mesários, o que causava espera"

Raimundo Moura
Pedagogo de Limoeiro do Norte