Pescadores discutem preservação da lagosta
Escrito por
Redação
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Técnicos da UFC e da Universidade de Havana buscam uma solução para os conflitos sem afetar meio ambiente
Icapuí. Os pescadores artesanais de lagosta, na Praia de Redonda, estiveram reunidos na tarde da última terça-feira com professores e especialistas do Instituto de Ciências do Mar (Labomar), da Universidade Federal do Ceará (UFC), e da Universidade de Havana, em Cuba. Pesca sustentável da lagosta e uma solução para os problemas entre os pescadores estavam na pauta da reunião, que acontece menos de uma semana após os últimos conflitos que trouxeram pânico a este município na última sexta.
Este ano, só o Ceará já exportou 700 toneladas de lagosta. Mas, mesmo após o período do defeso, a lagosta está cada vez mais difícil de encontrar. A competição ficou mais acirrada entre os que realizam a pesca artesanal, com manzuás, e os que fazem a pesca com equipamentos proibidos pelo Ibama. "A falta de proteção e de cumprimento das leis faz diminuir o número de lagostas no mar", afirma Raul Cruz, do Labomar, para uma platéia feita por pescadores artesanais. Estima-se que 80% dos pescadores de Icapuí utilizam marambaias, feitas do reaproveitamento de tambores para óleos e que, instalados no fundo do mar, tornam-se nichos, abrigando as lagostas, que são lá mesmo capturadas.
Menos degradação
O especialista do Centro de Investigações Marinhas da Universidade de Havana, em Cuba, Raul Cruz, explica que o Brasil tem a vantagem de não competir na captura com outros países vizinhos. "Os problemas só precisam ser resolvidos internamente, e a situação da produção da lagosta piorou desde que começou a diminuir a pesca com manzuá". Em seu país, cerca de 80% da pesca é feita com refúgios artificiais - como a marambaia - mas de forma bem diferente da brasileira. Os equipamentos são de madeira, cimento ou plástico, e manejados de forma a não degradar o ecossistema que se encontra no mar. Segundo o pesquisador, diminuiu de 2kg para 0,23kg de lagosta por manzuá na costa cearense. A maior parte desse pescado se concentrou para as marambaias.
O conflito entre pescadores artesanais e os que fazem a pesca "alternativa" já causou destruição de barcos e até mortes. "Queremos que haja um consenso, o mais importante é que as coisas sejam resolvidas de forma pacífica", afirmou Geraldo Menezes, diretor do Grupo de Desenvolvimento do Turismo de Icapuí, idealizador do Festival da Lagosta, que acontece de 2 a 4 de outubro e contará com programação nas áreas de higienização, manipulação de alimentos e turismo, com foco na consciência o ambiental.
Mais informações
Labomar - Instituto de Ciências do Mar da Universidade Federal do Ceará (UFC), (85) 3242.6422
MELQUÍADES JÚNIOR
COLABORADOR
Icapuí. Os pescadores artesanais de lagosta, na Praia de Redonda, estiveram reunidos na tarde da última terça-feira com professores e especialistas do Instituto de Ciências do Mar (Labomar), da Universidade Federal do Ceará (UFC), e da Universidade de Havana, em Cuba. Pesca sustentável da lagosta e uma solução para os problemas entre os pescadores estavam na pauta da reunião, que acontece menos de uma semana após os últimos conflitos que trouxeram pânico a este município na última sexta.
Este ano, só o Ceará já exportou 700 toneladas de lagosta. Mas, mesmo após o período do defeso, a lagosta está cada vez mais difícil de encontrar. A competição ficou mais acirrada entre os que realizam a pesca artesanal, com manzuás, e os que fazem a pesca com equipamentos proibidos pelo Ibama. "A falta de proteção e de cumprimento das leis faz diminuir o número de lagostas no mar", afirma Raul Cruz, do Labomar, para uma platéia feita por pescadores artesanais. Estima-se que 80% dos pescadores de Icapuí utilizam marambaias, feitas do reaproveitamento de tambores para óleos e que, instalados no fundo do mar, tornam-se nichos, abrigando as lagostas, que são lá mesmo capturadas.
Menos degradação
O especialista do Centro de Investigações Marinhas da Universidade de Havana, em Cuba, Raul Cruz, explica que o Brasil tem a vantagem de não competir na captura com outros países vizinhos. "Os problemas só precisam ser resolvidos internamente, e a situação da produção da lagosta piorou desde que começou a diminuir a pesca com manzuá". Em seu país, cerca de 80% da pesca é feita com refúgios artificiais - como a marambaia - mas de forma bem diferente da brasileira. Os equipamentos são de madeira, cimento ou plástico, e manejados de forma a não degradar o ecossistema que se encontra no mar. Segundo o pesquisador, diminuiu de 2kg para 0,23kg de lagosta por manzuá na costa cearense. A maior parte desse pescado se concentrou para as marambaias.
O conflito entre pescadores artesanais e os que fazem a pesca "alternativa" já causou destruição de barcos e até mortes. "Queremos que haja um consenso, o mais importante é que as coisas sejam resolvidas de forma pacífica", afirmou Geraldo Menezes, diretor do Grupo de Desenvolvimento do Turismo de Icapuí, idealizador do Festival da Lagosta, que acontece de 2 a 4 de outubro e contará com programação nas áreas de higienização, manipulação de alimentos e turismo, com foco na consciência o ambiental.
Mais informações
Labomar - Instituto de Ciências do Mar da Universidade Federal do Ceará (UFC), (85) 3242.6422
MELQUÍADES JÚNIOR
COLABORADOR