Zoológico de Canindé tem condições de abrigar ursos Kátia e Dimas, conclui parecer
O resultado foi apresentado nesta sexta-feira (30), durante encontro com entidades de defesa dos animais
O parecer técnico emitido pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) sobre as condições do Zoológico São Francisco de Canindé, onde vive o casal de ursos Dimas e Kátia, mostra que a instituição cumpre oito das 12 critérios de análises previstos na Instrução Normativa do Ibama, que trata do acondicionamento de animais do gênero em empreendimentos do tipo jardim zoológico. “O Zoológico São Francisco de Canindé atende de modo parcial às exigências relacionadas na legislação aplicável à operação do empreendimento”, conclui o documento.
O resultado foi apresentado nesta sexta-feira (30), durante encontro com entidades de defesa dos animais, com a participação de um representante do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV), que também participou da vistoria, realizada no último dia 23, e analisou a situação de saúde dos animais.
As oito exigências aprovadas são:
- Afastamento mínimo do público em relação ao recinto
- Espelho d’água
- Altura do recinto
- Piso
- Ambientação 2, que trata de troncos e árvores de médio porte.
- Cambiamento
- Maternidade
- Documentos comprobatórios da origem dos espécimes
Ao final do encontro, ficou acertado que as entidades vão apresentar um documento contra-argumentando os pareceres da Semace e do CRMV, e propondo como o Governo do Estado deve atuar junto à Arquidiocese de Fortaleza, que mantém os ursos.
Entenda o caso
A ativista Luisa Mell começou uma campanha nas redes sociais no fim de setembro para que os dois ursos-pardos-siberianos, batizados de Dimas e Kátia, fossem transferidos ao Rancho dos Gnomos, uma associação de bem-estar de animais em Cotia, interior de São Paulo. O local abriga espécies de climas frios.
Dimas foi retirados pelo Ibama de um circo após acusações de maus-tratos e está no zoológico desde outubro de 2008. Kátia chegou três anos depois.
O argumento da campanha para levá-los é que o nordeste brasileiro é uma das regiões mais quentes do país e inadequada para esses animais. Luísa conseguiu retirar a ursa Marsha, agora batizada de Rowena, do Piauí para a associação.
Leia nota do zoológico sobre o pedido de transferência:
Encontro
A nota também trata do encontro que o Instituto Luísa Mel e o Santuário de Canindé teve na tarde do dia 1º de novembro. Na ocasião, a ativista visitou a cidade e postou um vídeo mostrando o local em que os ursos vivem.
A reunião contou com a presença da própria Luísa Mell e do diretor finaceiro do Instituto Luísa Mell, Marcelo Glauco, e outras pessoas pertencentes a instituição.
Representando a paróquia e o Zoológico, estavam presentes Frei Marconi Lins, reitor do Santuário, Henrique Weber Menezes Viana, veterinário, Renata Lygia, bióloga, e Maria Verbene Mendonça Cunha, coordenadora do Zoológico.