Zoológico ainda não foi notificado sobre pedido de resgate de ursos em Canindé

Ex-animais de circo, Dimas e Kátia vivem no local desde que foram encontrados

Escrito por Colaborador ,
Desde que a ursa  Marsha, agora batizada de Rowena, foi resgatada do Piauí pela ativista Luisa Mell, no fim do mês de setembro que começou uma campanha nas redes sociais para que o mesmo acontecesse com dois ursos-pardos-siberianos que vivem em Canindé, no Ceará. Batizados de Dimas e Kátia, os animais foram acolhidos no Zoológico São Francisco.
 
Eles têm uma história muito parecida com a de Rowena. Foram apreendidos em um circo pelo Ibama após acusações de maus-tratos quando chegaram ao zoológico. O argumento da campanha para levá-los ao Rancho dos Gnomos,uma associação de bem-estar de animais localizada em Cotia, interior de São Paulo, é que são espécies de climas frios e o nordeste brasileiro é uma das regiões mais quentes do país. Nesta sexta-feira, a temperatura máxima no Estado era de 34,5º. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Amigos, estamos trabalhando para retirar os Ursos Katia e Dimas do zoológico do Ceará, que vivem no calor e em situação semelhante a que vivia nossa irmã ursa Marsha (agora Rowena), mas eu preciso de vocês como poucas vezes precisei! O primeiro passo é construir os recintos e toda a estrutura fria, cujos custos estimados giram em torno de R$ 300 mil. Paralelo a isso, iremos tentar, por caminhos políticos e judiciais a liberação deles do Ceará. O @institutoluisamell está assumindo toda a logística financeira da operação e o @ranchodosgnomos , todo o suporte logístico, além é claro, do espaço. Preciso que vocês ajudem, doando qualquer valor para podermos salvá-los. Por menor que pareça, fará toda a diferença na vida deles! Faça parte dessa história conosco. #SalveDimasKatia #EuAjudei @gabrielahmoreira @luciolacabral @williantwito @caroldosanimais @josemoura.adv @adrianawpp Bradesco AG 1974-7 CC 288-7 Itau AG 0772 CC 09021-3 Banco do Brasil AG 1817-1 CC 120.000-3 Instituto Luisa Mell de Assistencia aos Animais CNPJ: 21.877.796/0001-35

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No entanto, a campanha não foi bem recebida pelos profissionais do zoológico cearense. "Eles passam muito bem, obrigado". Essa é a resposta dos cuidadores desse espaço de vivência de animais mantido pelo Santuário de São Francisco. A administração tomou conhecimento da campanha apenas virtualmente e causou estranheza porque Dimas, o mais velho, mora no abrigo especialmente preparado para ele desde outubro de 2008. A companheira, Kátia, chegou três anos depois. 
 
Magoado com os comentários, o veterinário do zoológico, Henrique Weber, não quis falar sobre o assunto. Não era preciso. No zoológico, o lugar mais procurado pelos visitantes, principalmente as crianças, era o dos ursos. A arborização do parque tornava o clima mais ameno. O casal se refrescava na piscina especialmente preparada para eles. “É triste ver os animais enjaulados, mas, melhor assim do que abandonados”, comentou Fabiana Moreira. Ela tem 11 anos.  
 
O Santuário de São Francisco das Chagas ainda não recebeu oficialmente qualquer citação acerca da intenção de transferência dos ursos. Frei Marconi Lins, reitor da instituição mantenedora do zoológico, informou ter consciência de todas a necessidade de melhores acomodações para os dois animais, originários de circos. Ressaltou terem sido acolhidos a pedido do Ibama, por se tratar do único zoo modelo no Interior do Ceará. Por enquanto a preocupação está na manutenção do parque.
 
“A arrecadação média mensal do zoológico com as visitas, na maioria romeiros, aproximadamente 300 por dia, é de R$ 20 mil. Os nossos gastos chegam a R$ 60 mil. Todo o serviço é mantido sem o auxílio de nenhum órgão público. Agradecemos se alguém se sensibilizar e resolver realizar alguma campanha para ajudar esses animais, como acontece com a generosidade de São Francisco e seus seguidores. Com mais recursos, com certeza serão ainda melhor tratados”, completou frei Marconi Lins.
 
Campanha
 
O Instagram @ursodimasekatiaoficial deu visibilidade a história dos ursos no Ceará. Lá, contam um pouco da história dos animais. Dimas foi encontrado em 2008, com unhas extraídas e um olho perdido. Viveu durante anos em um circo. Através da assessoria de imprensa, o Instituto Luisa Mell confirma a campanha, mas não informou detalhes sobre a ação. A ativista, que está viajando, não falou com a reportagem.
 

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Sou o urso Dimas. Fui encontrado nas margens da BR-222 em Sobral (Ceará) em 2008. Fui abandonado por um circo. Fui encontrado sem dentes, com unhas extraídas e um olho perdido. Para eles, não servia mais. Me enviaram para o zoológico de Canindé onde vivo até hoje. Me apelidaram de urso dançarino, por me apresentar diariamente, um comportamento repetitivo. Fui adestrado para entreter a platéia, subindo e descendo escadas, simulando uma dança. E continuo fazendo isso até hoje. Infelizmente isso só acontece porque ainda existem pessoas que financiam esse tipo de entretenimento. Não visite lugares que exploram animais, faça sua parte. @luisamell @ranchodosgnomos @ursamarsha @alexiadechamps #URSODIMAS

Uma publicação compartilhada por Dimas e Katia (@ursodimasekatiaoficial) em

 
Kátia chegou ao zoológico em 2011. Antes, vivia com outros três ursos, um deles era a Marsha.Em publicação no Instagram, Luísa Mell pede contribuições financeiras para viabilizar o resgate dos animais que estão em Canindé. "O primeiro passo é construir os recintos e toda a estrutura fria, cujos custos estimados giram em torno de R$ 300 mil", pontua. A ativista ainda diz que irá tentar "caminhos judiciais" para a saída dos animais do Ceará.
 
Zoológico
 
Inaugurado em 13 de março de 1991, o Zoológico de São Francisco abriga atualmente cerca de 400 animais, entre répteis, mamíferos e aves. Diariamente os bichos recebem acompanhamento de cinco tratadores. Eles seguem uma planilha de alimentação e dieta variada de acordo com a espécie. Um veterinário e uma bióloga dão assistência aos bichos. Uma sala de nutrição e uma clínica completam a estrutura.
 
Zoológico de São Francisco
Praça dos Romeiros – Canindé
Visitas das 8h às 16h30 – De segunda a domingo
Fone (88) 3343 1811