Manifestantes protestam em ocupação na sede do Dnocs

Mobilização envolveu cerca de 600 trabalhadores rurais, que se denominam atingidos e atingidas pelas barragens

Escrito por Marcus Peixoto ,

 

Atingidos e atingidas ocuparam até a tarde de hoje a sede do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), localizada na Avenida Duque de Caxias. A liderança do movimento estimou cerca de 600 ocupantes, que integram a mobilização da Jornada Nacional de Lutas do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).A ação foi encerrada após uma reunião de líderes do movimento com o diretor-geral do órgão Walter Gomes de Sousa e representantes do governo do Estado.
A coordendora do MAB, Marina Calixto, disse que a reunião teve como saldo positivo o estabelecimento de uma agenda para atendimento dos pleitos dos trabalhadores rurias. A jornada de lutas do MAB tem como principais objetivos denunciar os altos preços da tarifa de luz elétrica, denunciar o caso do rompimento das barragens de mineração em Mariana, MG, além de reivindicar os direitos das famílias atingidas em todo o Brasil e cobrar do Estado brasileiro uma Política Nacional de Direitos para os atingidos.
"O que propusemos é que uma mobilização efetiva, que atenda a classe trabalhadora rural, que está penalizada não apenas com os altos preços da tarifa de energia elétrica de políticas públicas voltadas para o campo", disse Marina, Por toda a manhã e tarde, os manifestantes se espalharam pelos jardins, lobbies e calçadas. Eles levaram faixa, cartazes e por vários momentos gritaram palavras de ordem. Também se posicionaram contra a privatização da Petrobras e pela exploração estatal do pré-sal.
As famílias vindas das regiões do vale do Jaguaribe, Maciço de Baturité e Figueiredo ainda cobram do governo pontos estruturantes para os reassentamentos e comunidades atingidas, como: acesso a água, terra, reassentamento e a produção de alimentos. No Ceará a Coelce/ENEL cobra das famílias um alto preço na conta de luz, além disso cobram contas antecipadas da população. Entre os dias 08 a 14 de março os atingidos estarão nas ruas para denunciar para a sociedade os preços abusivos nas contas de luz e se manifestando em defesa da democracia, dos direitos dos trabalhadores e contra o golpe.