Março registra até hoje apenas 45 mm

Escrito por Redação ,

O mês de março, tradicionalmente o mais chuvoso da quadra invernosa, completou seus primeiros 15 dias nessa quinta-feira (15) com precipitações bem aquém do que se imaginava. Os dados parciais - portanto, sujeitos a alterações- da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) são dos mais preocupantes. Choveu apenas 45 milímetros até aqui.

Para se ter uma ideia do que isso representas, a média histórica para o período é de 203,4 milímetros, o que representa um desvio negativo de 77,9%. A situação desta quadra invernosa (de fevereiro a maio) só não é mais crítica por causa das precipitações registradas em fevereiro. No segundo mês do ano, choveu 183,8 milímetros, quando a média para o período é de apenas 118,6mm. O desvio positivo foi, portanto, de 54,9%.

Das sete horas da última quarta-feira até sete horas de ontem, choveu em apenas 42 municípios, com prevalência na região Norte do Estado. Os maiores registros foram nas seguintes cidades: Guaraciaba do Norte, 24.2 mm; Forquilha, 22.4 mm; 20.5 mm; Viçosa do Ceará , 19.0 mm Ararendá, 15.0 mm.

Segundo a Funceme, para esta sexta-feira, há possibilidade de chuva no noroeste do Estado. Nas demais áreas, céu entre parcialmente nublado e claro. Já para amanhã (17), o prognóstico é de nebulosidade variável com possibilidade de chuva no oeste do Estado. Nas demais regiões, céu parcialmente nublado.

Ontem, a Fundação mostrou em seu site que a imagem do satélite GOES-16, canal Visível, das 8h45 local, mostrava nebulosidade sobre o Ceará, principalmente no centro-sul e no noroeste do Estado. No oceano Atlântico, observa-se a presença da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) e de um VCAN.

A ZCIT é uma banda de nuvens que circunda a faixa equatorial do globo terrestre, formada pela confluência dos ventos alísios do hemisfério norte com os ventos alísios do hemisfério sul. Ela é o principal sistema responsável pelas chuvas neste período no Ceará. Desde que ela se afastou do Estado, as chuvas diminuiram consideravelmente.

Açudes

A escassez de chuvas vem preocupando a todos por causa da falta de aporte nos açudes, principalmente nos que são considerados estratégicos. O Castanhão, o maior do Estado e responsável por abastecer cidades no seu entorno e a Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) tem apenas 3,81% de sua capacidade. O Orós, outro manancial importante, acumula apenas 6,32%. Já o Banabuiú continua praticamente seco, com 0,44% do seu volume total.

O nível médios dos 155 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) é de 8,4%. Apenas sete açudes estão sangrando atualmente; onze estão com volume acima de 90% e 112 com volume inferior a 30%.