Experiência com cultivo de melão japonês é exemplo de sucesso

A ideia de apresentar a cultura da planta para os produtores rurais da agricultura familiar tem por objetivo incentivar a fruticultura em Iguatu, segundo a Secretaria de Agricultura do Município

Escrito por Honório Barbosa ,
Legenda: Apesar da crise hídrica enfrentada no Estado, algumas áreas localizadas em Iguatu permitem o plantio bem-sucedido da fruta em questão e de outras culturas
Foto: FOTO: HONÓRIO BARBOSA

A primeira experiência de cultivo de melão japonês apresentou um resultado satisfatório, que surpreendeu técnicos agrícolas e produtores rurais no Município de Iguatu. A iniciativa foi do fruticultor José Teixeira Neto, que também cedeu espaço na propriedade para a realização de um dia especial de campo da cultura. Em suas terras, foram produzidas, em média, 12 toneladas da fruta em meio hectare.

A ideia de apresentar a cultura do melão japonês para os produtores rurais da agricultura familiar tem o objetivo de incentivar a fruticultura no Município. "O sertão cearense enfrenta crise hídrica, mas aqui em Iguatu há condições de irrigação localizada, terras planas, férteis e água no subsolo", frisou o secretário de Agricultura, Hildernando Barreto.

Mamão, goiaba, banana, acerola e milho verde estão na pauta da Secretaria de Agricultura, que procura formar grupos de produtores interessados e realizar missão técnica de visita às áreas produtivas. José Teixeira Neto cultivou uma área de meio hectare de melão japonês, no sítio Penha, zona rural.

"Foi excelente a experiência. Os frutos se desenvolveram bem. Fiquei surpreso e satisfeito com a renda, mas houve dificuldades de comercialização", observa o agricultor.

Diante do resultado, o produtor quer dobrar a área de cultivo em 2019. "O ciclo de produção do melão é de 65 dias e deve ser cultivado a partir de julho, com o fim do período chuvoso, para evitar ataques de pragas e doenças na lavoura. Preciso de uma melhor articulação para vender as frutas porque o mercado local não absorve de uma só vez a produção, e o amadurecimento é rápido", completa.

De acordo com o secretário Hildernando Barreto, é preciso buscar alternativas de escoamento da safra como as centrais de comercialização de frutas e grãos, no Cariri e em Fortaleza. "Mesmo que a venda dos frutos ocorra com um valor mais baixo, compensa pela quantidade, evitando prejuízo no campo", diz.

O melão japonês colhido recentemente foi vendido por R$ 1,60 o quilo, mas o produtor Teixeira registrou perda decorrente da dificuldade de escoamento da produção.

Melancia

No próximo mês, ele inicia um plantio de melancia que deve ser colhida em dezembro. "A gente não pode parar, tem de procurar e produzir", disse animado. Teixeira já é produtor regular de mamão da variedade Formosa.

No Baixo-Jaguaribe, nos perímetros irrigados Tabuleiro de Russas e Jaguaribe - Apodi havia uma área cultivada de melão japonês de 4,5 mil hectares e produção estimada de 115 mil toneladas, mas devido à escassez na oferta de água, muitos produtores reduziram a área em, pelo menos, 50% ou desistiram da atividade.

Assuntos Relacionados