Estudantes criam plataforma que estimula doação de sangue

Como um jogo, há um sistema de recompensas e benefícios através do acúmulo de pontos conquistados

Escrito por Antonio Rodrigues - Colaborador ,
Legenda: O projeto já tem avanço de 60% no seu desenvolvimento; em outubro próximo, deve ser finalmente testado
Foto: FOTO: Antonio Rodrigues

Juazeiro do Norte. Enquanto a Organização das Nações Unidas (ONU) recomenda que de 3% a 5% da população de uma país doe sangue, no Brasil, apenas 1,8% possue esse hábito solidário, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A partir desse dado, um grupo de três programadores recém-formados desenvolveu uma plataforma para aumentar o número de doadores: a Hemogame. Como um jogo, há um sistema de recompensas e benefícios através do acúmulo de pontos conquistados com a indicação de amigos e validando sua própria doação nos hemocentros.

Os pontos podem ser trocados por vantagens oferecidas por empresas privadas que apoiam a causa como, por exemplo, descontos em exames e consultas. "É como um game, mas não com cara de jogo comum. É um público mais adulto. Lógico que, quanto mais você doa, a pontuação é alta", explica a programadora Valéria Brito, uma das criadoras da Hemogame, responsável pelo design do projeto.

Como os sistemas do hemocentro e da plataforma não são interligados, a validação é feita através do comprovante de doação entregue nestes equipamentos, que serão convertidos nos pontos para gerar um "voucher", apresentados nas empresas parceiras. Por enquanto, foi criada uma landing page que capta as informações dos usuários que aguardam o lançamento da plataforma, que deve acontecer em novembro deste ano.

Quando estiver no ar, as pessoas que já se cadastraram receberão um voucher, que poderá trocar por pontos na plataforma. Hoje, mais de 80 pessoas já estão cadastradas na Hemogame e, dessas, a maioria já é doadora. No entanto, o projeto já tem avanço de 60% no seu desenvolvimento e, em outubro, deve ser testado. Como faz parte do programa Corredores Digitais, do Governo do Estado, ele deve ser entregue ainda este ano.

Projeto

A ideia surgiu durante a disciplina "Tópicos Especiais", no curso de Sistemas da Informação, na Faculdade Paraíso do Ceará (FAP). Os alunos foram incentivados a criarem propostas de trabalhos que transformassem em negócios. Assim, Thomas Lossio, 22, Valéria Brito, 22, e Vinicius Batista, 23, resolveram levantar alguns problemas sociais para trabalhar. "A gente resolveu atuar na doação de sangue, porque vê a realidade de pessoas precisando. Toda hora tem alguém pedindo para divulgar em rede social (alguém que precisa)", explica.

O programador Thomas Lossio, desenvolvedor do Hemogame, conta que, antes de ir ao ar, foi feita uma pesquisa online para saber qual era a recepção da ideia, o perfil das pessoas, se eram doadores ou receptores. "A gente atingiu mais de 300 respostas em vários lugares do Brasil", conta. Por isso, a expectativa é que o projeto não seja aplicado somente no Cariri, mas em todo País. "A gente luta em cima do índice de 1,8%, então leva isso como principal problema. Não tem como atuar em cima de uma só cidade. Hoje, com a internet, a gente consegue alcançar todo mundo", acredita Valéria Brito.

Para isso se concretizar, o trio busca parcerias em de empresas, principalmente, consultórios médicos. "Não faz sentido pegar uma coisa voltada à saúde e dar desconto em barzinho. É uma coisa contraditória para a plataforma. Também tem a questão da qualidade de vida, desconto numa consulta médica, exame. Isso vai lhe motivar a se cuidar mais ou se lembrar", justifica Valeria. Além dos três programadores, o grupo deve aumentar. Até agora, possue um mentor de gamificação, mais um desenvolvedor e uma assistente jurídica. Para completar a equipe, é preciso um profissional que atue na área comercial e outro no marketing. O Hemogames já foi apresentado em Fortaleza, Quixadá e Juazeiro do Norte.

Por isso, a equipe teve que conciliar o trabalho de conclusão de curso com as viagens e o desenvolvimento da plataforma. "Hoje, a gente tem tempo livre para desenvolver. O que fizemos em julho e faremos em agosto será muito mais intenso do que nos últimos seis meses", garante Thomas. Em novembro, a equipe volta à capital cearense para participar da Feira de Conhecimento.

"A gente apresentou o projeto para várias pessoas e instituições, como no Instituto do Câncer. Lá, tem laboratório voltado para startups e a gente teve um feeback positivo dos coordenadores. Eles deram dicas de como tornar um negócio escalável.

Inicialmente, perceberam que, quanto mais ele crescesse, mais trabalho a gente iria ter. E a ideia não é essa. Um dos pilares é a escalabilidade. Ela tem crescer, mas o trabalho não segue na mesma proporção. A gente recebeu um feedback nesse sentido de que podemos mantê-lo", destaca Valéria.

Mais informações:

Hemogame

Site: www.Hemogame.Com.Br

Instagram: @hemogameoficial

Contato: contato.Hemogame@gmail.Com