Cultura da banana foi a mais afetada

Escrito por Redação ,
Legenda: Grandes empresas que produziam melão, melancia e banana abandonaram suas áreas por causa da falta de água para irrigação

As terras planas e férteis formam o Perímetro Irrigado Tabuleiro de Russas. Implantado pelo Dnocs, em 2004, previa em sua primeira etapa a irrigação de 10.700 hectares para 600 famílias de irrigantes. A unidade chegou a contar com 320 produtores e uma dezena de grandes empresas com ampla produção de banana, melancia, melão, goiaba, coco e acerola.

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Veio a crise de escassez de água que se agravou no início deste ano e a ameaça de fechamento do projeto em abril passado, por decisão do Conselho Estadual de Recursos Hídricos do Ceará (Conerh). Os irrigantes e dirigentes do projeto Tabuleiro de Russas se mobilizaram e conseguiram reverter a situação.

"Seria o caos, com milhares de desemprego e fim de toda a produção agropecuária", observou o gerente executivo do Distrito de Irrigação do Perímetro Tabuleiro de Russas (Distar), Aridiano Belck de Oliveira. "Estamos também há mais de oito anos sustentando o consumo de água para as famílias de 32 comunidades de Morada Nova, Limoeiro do Norte e Russas".

Mais de 80% dos lotes estão nas mãos de pequenos produtores, que fazem o cultivo em cerca de 300 hectares. Hoje são 260 agricultores mantendo a atividade, resistindo à crise de escassez de água. Grandes empresas que produziam melão, melancia e banana abandonaram suas áreas.

Em 2014, eram cultivados seis mil hectares; hoje, apenas 1825 ha. Desde julho passado, a partir da alocação de água, ficou definida a liberação de uma vazão de 1,2 metros cúbicos por segundo para atender a demanda de áreas de culturas perenes a partir do Açude Castanhão para o Canal da Integração.

Pecuária

A cultura mais afetada foi a banana com redução de 30% da área. Havia 19 pivôs centrais e hoje só restam dois em funcionamento. A pecuária leiteira também foi atingida, com praticamente o fim de cultivo de capim para o gado. Empresas abandonaram áreas e foram embora, demitindo mais de 1500 funcionários.

A escassez hídrica fez com que os produtores rurais procurassem eficiência, adotando novos sistemas de irrigação e novas técnicas de cultivo. No projeto, 100% dos lotes têm medidores de consumo de água e quem extrapolar a cota sofre corte no fornecimento. "Mesmo com a seca estamos produzindo e dos 270 produtores, pelo menos 200 sobrevivem da produção dos lotes", frisou Aridiano.