Câncer de mama: 13% das mortes poderiam ser evitadas no Ceará

As perdas são atribuíveis ao sedentarismo, aponta estudo da revista norte-americana Nature, com a colaboração do Ministério da Saúde

Escrito por Lêda Gonçalves , leda.gonçalves@diariodonordeste.com.br
Legenda: Em 2015, o Brasil registrou mais de 17 mil casos de câncer de mama. Desses, 1,9 mil foram no Ceará
Foto: Foto: Nah Jereissati

A prática de exercícios físicos regulares por mulheres e com tempo mínimo ideal de 30 minutos diários pode evitar o óbito por câncer de mama. No Brasil, 12% das mortes causadas pela doença poderiam ter sidos evitadas caso as mulheres não fossem sedentárias. No Ceará, esse índice é de 13,4%. É o que afirma um artigo científico produzido com base em informações que vão de 1990 a 2015 por pesquisadores brasileiros, em colaboração com o Ministério da Saúde divulgado, neste mês, na revista científica norte-americana Nature.

De acordo com a pesquisa, 2.075 mortes no País poderiam não ter acontecido se as pacientes realizassem ao menos uma caminhada de 30 minutos por dia, cinco vezes por semana. Em 2015, o Brasil registrou mais de 17 mil casos de câncer de mama, desses, 1.9 mil foram no Ceará. Esse ano, aponta o Instituto Nacional do Câncer (Inca), deverão ser 59.7 mil no País e 2.2 mil no Estado. Segundo a Secretaria de Saúde do Estado, 645 pessoas morreram em 2015, vítimas do câncer de mama, sendo do total sete homens.

Excesso

Segundo a revista, um dos fatores que causam o câncer de mama é o excesso de estrogênio, que pode levar à formação de mutações e carcinogênese, estimulando a produção de radicais. "A atividade física diminui o estradiol e aumenta a globulina de ligação a hormonas sexuais, provocando uma redução de circulantes inflamatórios e aumentando substâncias anti-inflamatórias", diz o estudo. A Pesquisa Vigitel 2017 indica que 13,9% das mulheres das capitais são sedentárias.

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