Barbalha mantém Feira de Economia Solidária

A feira é uma atividade criativa que fomenta a economia local e serve de exemplo para outros municípios

Escrito por Antônio Rodrigues - Colaborador ,
Legenda: O grupo de Economia Solidária de Barbalha começou a partir de uma oficina, em 2011, com produtores orgânicos. A perspectiva se ampliou e passou, além da venda, para a troca de produtos e serviços
Foto: Foto: Antonio Rodrigues

Barbalha. Há seis meses, funciona na Escola de Saberes, a Feira de Economia Solidária deste Município, localizado no Cariri cearense. O evento movimenta 22 feirantes, entre agricultores, artesãos e artistas locais. O grupo começou com feiras itinerantes nas comunidades rurais e, hoje, duas vezes por semana, na sexta-feira e sábado, se reúne das 7h às 15h.

O grupo de Economia Solidária de Barbalha começou a partir de uma oficina, em 2011, com produtores orgânicos. A perspectiva se ampliou e passou, além da venda, para a troca de produtos e serviços entre os feirantes. Antes de funcionar na Escola de Saberes, os comerciantes fizeram panfletagem e mobilização entre as pessoas, de porta em porta. No local, encontramos artesanato, agricultura orgânica, culinária regional e apresentações culturais.

"É uma feira diferente por causa da troca. O fluxo de pessoas é grande nas primeiras semanas do mês, principalmente, nas primeiras horas do dia. Antes de abrir, já tem pessoas na calçada esperando", conta a cordelista Lindicássia Nascimento, uma das articuladoras do grupo. Para ela, a feira é uma atividade criativa que fomenta a economia local e serve de exemplo para outros municípios.

A agricultura Socorro Alexandre, da comunidade de Santo Antônio do Arajara, traz uma variedade de plantas que são sucesso na feira. Além de flores ornamentais, as ervas medicinais fazem parte de seus produtos. Para a comerciante, o que motiva seu trabalho é o aumento de sua autoestima.

"Quando estou com problema, vou para meu espaço de plantas, faço uma muda, converso. O problema que tinha vai embora, porque as plantas têm um poder enorme", garante.

Os clientes, semanalmente, estão passando para ver as novidades de Socorro, que pretende ampliar sua venda e trazer, também, o artesanato. Por enquanto, as plantas são sucesso para quem passeia pelo local, como a dona de casa Paula da Silva, que veio da cidade vizinha, Juazeiro do Norte, para conhecer a feirinha e levar um presente. "Hoje, estou levando o Cajá de São José, que é para ornamentação, mas quando tiver por aqui sempre vou vir", garante.

Já a professora Maria Lireda de Alencar é cliente fiel. Apesar de morar no Crato, toda semana compra hortaliças, doces, sequilhos e fubá. Ela acredita que, antes de fixarem a feira na Escola de Saberes, Barbalha não tinha um local para encontrar estes produtos. "Chegou no momento certo. Sinto que estes produtores estavam espalhados. O incentivo de acolhê-los é muito importante. A valorização do homem do campo, dos produtos naturais, numa perspectiva de uma boa alimentação, sem agrotóxico. Tenho inteira confiança", destaca a professora.

Diversidade

A Feira de Economia Solidária também oferece os jogos artesanais, voltados para crianças e jovens. O responsável pela confecção é o artesão Antônio Cassiano da Silva. Natural de Juazeiro do Norte e morando há três anos em Barbalha, ele produz mais de 100 itens com categorias fácil, médio, difícil e super-difícil. Apesar de alguns serem antigos, ele garante que tem atraído as novas gerações, como o dado mágico e o tangram.

"A ideia começou de criança. Achava interessante e fiz dela a minha profissão. Depois, encontrei alguns jogos em livros, conversando com amigos e pesquisando na internet. A juventude gosta muito, até porque tem uma certa facilidade de encontrar os segredos deles no computador. A gente trabalha muito com as crianças e tem muitos brinquedos educativos", explica Antonio Cassiano.