Baixo volume do Açude Orós prejudica atividades econômicas

Há três anos, o açude não pega carga significativa durante a chamada quadra invernosa (que vai de fevereiro a maio)

Escrito por Honório Barbosa , redacao@diariodonordeste.com.br
Legenda: O problema vem afetando, sobretudo, a atividade pesqueira, que já foi promissora no Orós
Foto: FOTO: HONÓRIO BARBOSA

O Açude Orós, o segundo maior do Estado, acumula apenas 7,2% de sua capacidade total. O baixo volume do reservatório afetou a produção de pescado, leite, grãos e capim em unidades produtoras nos municípios de Iguatu e Quixelô, na região Centro-Sul do Ceará. A água se distanciou das fazendas, inviabilizando ou reduzindo as atividades agropecuárias locais.

"A produção de peixe acabou", afirmou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Iguatu, Evanilson Saraiva, que é morador e piscicultor na localidade de Barrocas, na bacia do Orós. "Em toda a região do Alencar e de Quixelô, o pescado tanto dos criatórios quanto do açude chegou ao fim".

O problema vem se agravando desde 2016. A associação dos piscicultores estima que somente nas comunidades ribeirinhas pertencentes a Iguatu, no distrito de Alencar, em uma faixa de terra que vai da Conceição dos Vicentes às Barrocas, havia uma produção semanal em torno de 100 toneladas de pescados, gerando uma renda de R$ 200 mil.

Na mesma área, a produção de leite diária era estimada em 20 mil litros por dia, mas hoje caiu pela metade e a tendência de queda permanece.

Por mês, houve uma retração em torno de R$ 1 milhão na atividade. "Estamos falando de apenas uma faixa de produção, em Iguatu, que reúne centenas de agricultores familiares e pescadores artesanais", observa o líder comunitário e vereador, Édson Adriano. "Se incluirmos os projetos de criação de tilápia de Quixelô, que se acabaram, esses números podem ser dobrados".

Além do leite e do pescado, o cultivo de capim e de grãos (feijão, milho e arroz) também foi prejudicado, com a redução de áreas de plantio.

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