Atraso em obras gera reclamações

No Município, o mato toma conta da unidade de apoio à agricultura familiar e da quadra de esportes

Escrito por Marcelino Júnior - Colaborador ,
Legenda: O que seria mais um modelo do projeto quadra coberta com vestiário não passa de um amontoado de concreto sem cobertura
Foto: FOTO: Marcelino Júnior

Santa Quitéria. Os moradores de Santa Quitéria, na região Norte do Estado, estão aborrecidos com o abandono do que seria o novo prédio da Unidade de Apoio à Distribuição de Alimentos da Agricultura Familiar (UADAF), localizado no bairro Flores, próximo ao Centro da Cidade. A estrutura foi erguida dentro do espaço que serviu no passado como campo de pouso de pequenas aeronaves.

A obra iniciada, em 2014 e finalizada dois anos depois, nunca foi entregue à população. A estrutura segue tomada pelo mato, "sem iluminação e sem segurança, de dia ou de noite", reclamam os moradores das proximidades. Do lado de dentro, no meio da sujeira, estão encostadas duas câmaras frias, mesas de inox, além de um balcão frigorífico, entre outros equipamentos.

O abandono é percebido também pelo forro de PVC que cedeu, em boa parte das divisórias, se espalhando pelo chão. Hoje, sem nenhuma serventia, a Unidade idealizada para dar apoio à agricultura familiar do Município custou aos cofres públicos R$ 517.772, em duas licitações, sendo a primeira direcionada à construção do prédio, que consumiu R$ 395,400, e a segunda, para a aquisição de equipamentos, orçados em R$ 122,3 mil, de acordo com informações do Portal da Transparência.

Concreto

A reclamação do morador se estende a outro prédio, ao lado do primeiro, que também está entregue ao mato e ao esquecimento. A situação deste é bem pior, pois teve sua construção iniciada em 2010, mas nunca foi finalizada. O que seria mais um modelo do projeto quadra coberta com vestiário, do Ministério da Educação, para atender a demanda de espaço para práticas esportivas nas escolas municipais e estaduais do País, em Santa Quitéria, não passa de um amontoado de concreto sem cobertura. O equipamento foi orçado em quase R$ 400 mil.

Segundo o prefeito Tomas Figueiredo, as obras inacabadas são reflexo de administrações passadas que deixaram inadimplência em vários setores. "Temos precatórios a serem pagos desde 1991. Herdamos contas cobradas pela Justiça do Estado da ordem de R$ 1,8 milhão. Para honrar compromissos, o complemento financeiro da folha de pagamento tem sido feito com ajuda de verbas de custeio, conseguidas junto ao Ministério da Saúde".