Amplificadoras dão início ao rádio no Cariri

Escrito por Redação ,
Crato (Sucursal) — No Cariri, o embrião do rádio foram as velhas amplificadoras. O jornalista Huberto Cabral, decano do rádio caririense, lembra que a Amplificadora Cratense e o Centro de Publicidade de Juazeiro do Norte foram inaugurados em 1937. Os dois serviços de alto-falantes foram verdadeiros laboratórios para radialistas como Wilson Machado, Aderson Braz, Geraldo Barbosa, Alceli Sobreira, dentre outros. As duas amplificadoras se espelhavam na Rádio Nacional do Rio de Janeiro, emissora padrão da época.

A primeira emissora de rádio do interior foi a rádio Araripe do Crato fundada, oficialmente, em 10 de julho de 1946, como empresa jurídica e inaugurada no dia 28 de agosto de 1951, pertencente a Cadeia Nacional de Emissoras Associadas. Sua inauguração contou com a presença do jornalista Assis Chateaubriand, diretor-presidente dos Diários Associados. Em 15 de novembro do mesmo ano, foi inaugurada a Rádio Iracema de Juazeiro do Norte, pertencente a Rede Iracemista de Rádios.

Depois das emissoras pioneiras do Crato e Juazeiro surgiram as rádios Educadora do Cariri, AM, em 1859; e Progresso de Juazeiro, AM, em 1967. A partir de então, verificou-se uma grande expansão de rádios no Cariri: Salamanca, de Barbalha, hoje, Rádio Cetama; Centro-Sul, de Brejo Santo; Boa Esperança, de Barro; Vale do Rio Salgado, de Lavras da Mangabeira; Cidade e Três Fronteiras, de Campos Sales; Cultura, de Várzea Alegre, além de diversas rádios FM e comunitárias espalhadas em todo o Cariri.

Por ocasião do I Encontro de Comuni-cadores da Diocese do Crato. 1º Endicom, realizado no Centro de Expansão Dom Vicente Matos, o jornalista Huberto Cabral, organizador do encontro, lançou a idéia de criação do Museu do Rádio do Cariri, com o objetivo de preservar a memória do rádio caririense. Para isso, Cabral conta com peças valiosas do rádio, entre as quais, a Amplificadora Cratense, os primeiros microfones, as velhas máquinas de escrever, transmissores desativados, discos de ceras, gravadoras de comerciais em acetato e, principalmente, uma rica história do rádio na região.