Veja as propostas de Bolsonaro e Haddad nas áreas citadas como maiores preocupações dos brasileiros

Amanhã (28), o Brasil descobrirá quem será o sucessor de Michel Temer (MDB) como presidente da República. Em uma campanha polarizada entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), em muitos momentos, as propostas dos presidenciáveis acabaram ficando em segundo plano. Pesquisas apontaram isso. No último sábado (20), o Instituto Datafolha divulgou pesquisa contratada pelo jornal "Folha de S. Paulo" e pela TV Globo demonstrando que apenas 12% dos eleitores de Bolsonaro e 15% dos apoiadores do petista haviam escolhido seus candidatos em razão de suas propostas.

Outro levantamento realizado pelo Datafolha - este em setembro -, porém, aponta as maiores preocupações do eleitorado brasileiro nestas eleições. A área da saúde, mencionada por 23% dos entrevistados, lidera as demandas. Segurança, tema mencionado por 20%, ficou em segundo lugar. Corrupção (14%), desemprego (14%) e educação (12%) também foram citados como os principais problemas do País. A pesquisa, anterior ao primeiro turno do dia 7 de outubro, ouviu 2.804 eleitores brasileiros.

Se, de acordo com levantamento do último dia 20, não é expressivo o número de eleitores que escolheram seus candidatos em razão das propostas, mais da metade dos que apoiam a extrema-direita nessa eleição o fazem por desejar renovação, enquanto 20% dos que escolheram seu adversário o fazem por pura rejeição a Bolsonaro, primeiro colocado entre os motivos para o voto em Fernando Haddad.

Documentos

Na véspera do segundo turno, o Diário do Nordeste levantou propostas dos presidenciáveis nas cinco áreas apontadas como prioritárias pelos eleitores: saúde, violência, corrupção, desemprego e educação. As propostas constam nos programas apresentados pelos dois candidatos à Justiça Eleitoral e disponíveis no Sistema de Divulgação de Candidaturas e Prestação de Contas (DivulgaCandContas), do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Há notáveis diferenças entre as propostas dos candidatos. Haddad, por exemplo, fala em ampliar investimentos públicos em saúde e educação. Bolsonaro, por outro lado, avalia que, para o que o governo já investe nas áreas, o desempenho deveria ser muito melhor. O candidato do PSL, líder nas pesquisas, defende uma política mais dura na segurança, com redução da maioridade penal para 16 anos e o fim da progressão da pena e das saídas temporárias. O adversário petista, por outro lado, quer uma política de drogas que tenha como foco os grandes traficantes e deixe os usuários para outras áreas.

Apesar das diferenças ideológicas, há, entretanto, algumas convergências entre os programas de governo dos dois postulantes ao Executivo. Ambos, por exemplo, mostram-se favoráveis ao Prontuário Eletrônico Integrado, que agilizaria o acesso às informações dos pacientes nas diferentes unidades públicas de saúde, e à integração e cooperação entre entes federativos na área de educação.