Suplentes têm atuação pouco expressiva na AL

Escrito por Redação ,
Legenda: Os suplentes, assim como os titulares, têm contribuído para o esvaziamento do plenário
Foto: Foto: José Leomar

Alçados à vaga de parlamentar por conta de licenças dos deputados estaduais titulares de mandatos, suplentes aproveitam o período de até 120 dias no cargo para se apresentarem à população. No entanto, na Assembleia Legislativa do Ceará, a maioria dos suplentes em exercício acaba por reproduzir os mesmos vícios de colegas veteranos. Atualmente, quatro dos 46 deputados em atividade no Legislativo estadual são suplentes, e eles têm sido visto cada vez menos no Plenário 13 de Maio.

O plenário seria o principal espaço utilizado pelos parlamentares para apresentar propostas, destacar serviços prestados à população ou cobrar ações para as bases eleitorais, mas tem ficado evidente, nos últimos meses, uma ausência mais frequente de suplentes tanto no plenário quanto nas comissões técnicas permanentes da Casa.

O deputado Yuri Guerra (PP), por exemplo, esteve por quatro meses do ano passado na Assembleia e já está há quase dois meses em nova investida para se apresentar ao eleitorado. Neste período, porém, só apresentou dois projetos de lei. Um deles cria o Dia Estadual do Promotor de Eventos, a ser comemorado no dia 22 de dezembro. O outro altera dispositivo da Lei Estadual que instituiu a cobrança de meia entrada em estabelecimentos culturais e de lazer do Ceará. O parlamentar propõe que o benefício seja estendido a músicos cadastrados no Estado. Os dois projetos seguem sem data para votação nas comissões técnicas.

Ao Diário do Nordeste, Yuri Guerra explicou que está ausente dos trabalhos no Plenário 13 de Maio porque tem dado atenção maior aos municípios que representa no Interior do Estado, uma vez que, segundo ele, algumas localidades estão "desassistidas". O deputado, no entanto, disse estar se organizando junto à assessoria para estar mais presente às plenárias. "Estou tentando focar aqui para estarmos na terça, quarta e quinta-feira no plenário", afirmou.

Primeiro operário da construção civil em mais de 70 anos no Legislativo estadual, o deputado Nestor Bezerra (PSOL) chegou à Casa fazendo críticas incisivas à gestão do governador Camilo Santana (PT), mas, após três meses de atuação, também tem reduzido sua presença no Plenário 13 de Maio.

A ausência maior no mês de maio, justifica ele, decorreu da participação em outros dois processos fora da Casa: a campanha salarial dos trabalhadores da construção civil e a eleição da diretoria do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil. Nestor apresentou apenas um projeto de lei desde que chegou à Assembleia, instituindo o Dia do Trabalhador da Construção Civil. A matéria aguarda parecer do relator.

Prioridades

George Valentim (PCdoB) também está na segunda oportunidade de atuação parlamentar nesta legislatura, pois assumiu mandato em 2016. Ele apresentou 13 projetos, sendo quatro nos últimos dois meses. O deputado, porém, também tem comparecido pouco ao Plenário 13 de Maio, estando presente somente nas sessões deliberativas, às quintas-feiras.

Valentim afirmou que tem participado de muitas atividades em bases eleitorais, principalmente na Região Metropolitana de Fortaleza, e de eventos com o governador. "A gente sabe que, nesse período que antecede as eleições, amiúdam ações junto ao Estado".

Na função parlamentar desde o início de maio, o deputado Anderson Palácio, por sua vez, é o atual líder do PPS na Assembleia. Ele também tem se dedicado a ações nas bases eleitorais, mas disse ter projetos em construção com a assessoria jurídica. Segundo o parlamentar, um suplente não deve estar no Legislativo apenas para "aparecer", mas deve se dedicar a defender interesses da população.

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