Rever investimentos é fundamental na segurança pública

Apostar nas escolas de tempo integral e diminuir a ênfase no Raio são medidas apontadas pelo professor César Barreira para melhorarem a questão da segurança pública no governo Camilo

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(Atualizado às 16:42, em 22 de Outubro de 2018)

As áreas de Saúde e Educação são, de fato, sensíveis no governo, mas um dos principais desafios da próxima gestão estadual é o combate à violência. Principalmente porque, no Ceará, aumentaram em quase 50% as mortes de crianças e adolescentes entre 2016 e 2017. É alarmante também o último balanço do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que contabilizou 5.332 assassinatos no ano passado, no Ceará.

O coordenador do Laboratório de Estudos da Violência da Universidade Federal do Ceará (UFC), César Barreira, pensa que a alternativa mais acertada é investir mais em educação. "Precisaríamos de políticas que levassem a uma articulação direta entre ações não específicas da polícia, como tornar 100% das escolas de tempo integral. Eu não daria muita ênfase ao Raio, acho que é uma polícia muito específica e não pode ser o carro-chefe do governo", opinou.

A especialista em segurança pública Melina Risso, ex-diretora do Instituto Sou da Paz, atesta que existe uma ausência crônica do Governo Federal junto aos Estados no combate à violência. "Tivemos avanços com a criação do Ministério da Segurança Pública, porque traz esse direito pra destaque dentro da estrutura pública, mas o Estado ainda precisará fazer todo o custeio e, portanto, não tem espaço pra fazermos uma política de segurança que não seja baseada em evidência".

Economia e infraestrutura

A 12ª posição no ranking de competitividade ocupada pelo Ceará, no estudo feito este ano pelo Centro de Liderança Pública (CLP), é fruto de investimentos em setores como o aéreo e marítimo. Para o economista Aécio Santiago, professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), no entanto, esse modelo de desenvolvimento "concentrador" pode não ter os efeitos desejados. "Algum emprego é gerado, mas não na medida necessária para as condições sociais do Estado. As funções simples absorvem pessoas que moram na região e as principais funções são de pessoas da Capital ou de outros estados".

Na esteira desse cenário, vem o setor de infraestrutura no Ceará que, de acordo com levantamento feito pelo Diário do Nordeste, está com 2.479 obras paralisadas. O professor do Departamento de Engenharia de Transportes da UFC, Jorge Soares, elenca a mudança de sistemática de pavimentos asfálticos como tarefa que deve receber atenção. "Agora mais do que nunca, porque o DNIT vai mudar a metodologia de pavimento e não só vai implicar aquisições de equipamentos de laboratório, mas capacitação de mão de obra de modo a fazer projetos de melhor qualidade".

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