PSL tenta atrair apoio de lideranças cearenses de outros partidos

Com a proximidade da votação do dia 28 de outubro, apoiadores de Jair Bolsonaro (PSL) buscam dar à campanha tom mais agregador para alavancar o nome do presidenciável no Estado, onde foi terceiro colocado no 1º turno

Escrito por Miguel Martins , miguel.martins@diariodonordeste.com.br

O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) não virá ao Ceará durante o segundo turno da disputa presidencial, mas mudando o tom da campanha, correligionários buscam articulações com lideranças de outros partidos para alavancar o nome do PSL no Estado. Já o petista Fernando Haddad, de acordo com líderes da legenda, pretende intensificar atuação no Nordeste, além dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.

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Segundo o presidente do PSL no Ceará, Heitor Freire, Bolsonaro não virá ao Estado, pois depende de avaliação médica para ser liberado, o que deve acontecer na próxima semana. Ele já cancelou atividades de campanha e participação em debates.

Heitor Freire disse, em tom de brincadeira, que o presidenciável virá ao Ceará, provavelmente, em novembro, "após vencer as eleições presidenciais". Enquanto isso, o partido busca articulação com outras lideranças locais, como o presidente do PROS, Capitão Wagner, para aumentar a inserção do presidenciável no Ceará. No primeiro turno, ele ficou em terceiro lugar no Estado, atrás de Ciro Gomes (PDT) e Fernando Haddad.

Na primeira etapa do pleito, a vinda de Bolsonaro ao Ceará estava prevista para o fim de setembro, mas foi cancelada após o atentado a faca sofrido pelo presidenciável, no início daquele mês, em Minas Gerais. Ele veio ao Estado no fim de junho, ainda durante a pré-campanha. Com a proximidade da votação do dia 28 de outubro, a candidatura de Bolsonaro quer adotar tom mais agregador, para atrair deputados federais e estaduais que não querem estar ao lado da candidatura de Haddad.

Nos últimos dias, Heitor Freire esteve no Rio de Janeiro com o capitão da reserva, assim como Capitão Wagner. O deputado do PROS confirmou que alguns tucanos cearenses devem apoiar Jair Bolsonaro, caso de Roberto Pessoa, eleito deputado federal. O deputado estadual Leonardo Araújo (MDB) também deve apoiar o presidenciável do PSL, ainda que a legenda tenha deliberado por neutralidade.

Mobilização

Do outro lado, o governador Camilo Santana (PT) marcou, para a noite da próxima segunda-feira (15), uma reunião com todos os eleitos na coligação governista, na Capital. Ele deve agradecer pelos votos recebidos, mas, principalmente, fazer um chamamento em prol da candidatura de Haddad.

Camilo quer aproveitar a popularidade e o bom desempenho nas urnas para atrair o maior número de eleitores ao candidato. Em vídeo publicado nas redes sociais, o cearense aparece com outros governadores aliados e defende a eleição de Haddad para "retomar as conquistas sociais" e "unir o Brasil".

Até o momento, nacionalmente, 14 partidos declararam que vão ficar em cima do muro na disputa presidencial: DC, DEM, MDB, Novo, Patriota, Podemos, PP, PPS, PR, PRB, PSD, PSDB, Rede e Solidariedade. Haddad é apoiado por PDT, PPL, PSB e PSOL. Já Bolsonaro atraiu PSC e PTB.

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