Presidenciável minimiza críticas e garante ir a debates

Escrito por Redação ,

Em busca de aumentar sua inserção na Região Nordeste, o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) encerra, hoje, uma passagem de dois dias pelo Ceará. Em entrevista ao Diário do Nordeste, o pré-candidato defendeu algumas de suas propostas para o País e disse estar tranquilo quanto às críticas feitas por outros postulantes. Ele ressaltou, ainda, que participará de todos os debates no primeiro turno do pleito deste ano.

> Bolsonaro ataca Ciro e defende união da direita 

Questionado sobre os movimentos em prol sua pré-candidatura, geralmente, encabeçados por jovens, o postulante disse que não enxerga a adesão como "idolatria", mas como uma relação de confiança "em cima da verdade que temos como norte de nossa pré-campanha".

Ainda assim, no que diz respeito ao Nordeste, pesquisas atestam que o postulante tem dificuldades para convencer a maioria do eleitorado da região. Quanto a isso, ele ressaltou que tem havido uma aceitação maior por parte dos nordestinos, levando-se em consideração sua estrutura partidária pequena e fundo partidário escasso, que não garante deslocamentos por todo o País.

"Nós nos deslocamos com recursos próprios, mas temos o povo do nosso lado. O (instituto) Paraná Pesquisas tem feito pesquisas por estados e, na Bahia, eu apareci com 18% da intenção de votos, no mês passado. E olhe que lá sempre foi reduto da esquerda. O pessoal, aos poucos, vai conhecendo a gente".

Bolsonaro disse que terá metade do tempo de televisão que teve o ex-deputado federal Enéas Carneiro, que disputou três vezes a Presidência da República. Ele tem dialogado com membros de alguns partidos sobre eventuais alianças, mas coloca algumas condições que, conforme aponta, acabam por inviabilizar a costura de uma coligação. "A gente pode conversar, mas queremos conversar de maneira diferente, não falando em troca de cargos em ministérios, bancos, estatais", disse.

Criticado por não apresentar propostas concretas para o País, Bolsonaro citou ideias que ele e sua equipe estão "construindo" para o Brasil, mas não detalhou como implementá-las. Segundo ele, o combate à violência será prioridade em eventual gestão, além de ações de convivência com a seca, por meio de parcerias internacionais. "Israel estará com a gente para combater a seca. Lá funciona, por que aqui não?" Questiona.

O postulante destacou ainda que buscará propostas para "desburocratizar" o País. Uma delas é o programa "Minha Primeira Empresa", visando, conforme disse, facilitar a vida de quem queira empreender. Bolsonaro disse que quer aprofundar o comércio com os Estados Unidos, o sul da Ásia e manter relações com o Mercosul, mas "não com essa dimensão toda que o PT deu para ele".

Contexto

Para ele, parte do eleitorado rechaça suas ideias porque foi rotulado através de "frases fora de contexto" publicadas pela imprensa nacional, como no caso em que disse que não estupraria a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) porque ela não merecia. O postulante afirmou que a petista defende "estuprador menor de idade, mesmo que ele venha a matar a vítima". "Nós agimos diferente", completou.

Bolsonaro também destacou que deve participar de todos os debates políticos no primeiro turno do pleito. "Deram pancada em mim dizendo que eu não iria, mas eu vou", disse. Questionado sobre as críticas de outros postulantes, disse que quase todos estão envolvidos em delações da Operação Lava-Jato, enquanto ele segue "tranquilo". "Isso é sinal de que estamos no caminho certo. Eu ficaria preocupado se o Ciro tivesse me elogiado. Nem viria para o Ceará", ironizou.

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.