Paulo César Norões: Providências tardias do PT

Escrito por Redação ,

Difícil, muito difícil para Fernando Haddad este segundo turno. A começar pelo fato de ter que refazer praticamente toda a estratégia de campanha, enquanto o adversário segue na mesma toada. O apelo do antipetismo junto à grande parte do eleitorado obriga essa repaginação.

O problema é que, para ser assimilada, uma mudança de postura precisa ser bem embasada, sem o que tende a parecer inverossímil. Trocar, por exemplo, a tradicional cor vermelha do PT pelo verde-amarelo da bandeira brasileira até teria sentido se fosse uma decisão lá atrás, no início da campanha, para sinalizar que o País estaria acima das questões partidárias.

Neste momento, não soa como uma tentativa de esconder algo que - agora - se admite rejeitado. É como se o PT viesse a compreender só agora o que as ruas já vêm manifestando desde os protestos de 2013.

Sem sentido

Outra providência do PT, de 'esconder' Lula após meses tratando-o como uma espécie de divindade injustiçada, quem acredita? Num dia você é o representante dele, vai semanalmente até ele em busca de orientações, e de uma hora pra outra é como se ele não existisse mais? E a coerência? Não é que as coisas não possam mudar, a vida - e a política - são dinâmicas. Mas, mudanças radicais precisam ser maturadas para se tornarem críveis, não podem ser impostas do dia para a noite. A impressão que se tem é de que o PT e Haddad devem buscar outra estratégia. O eleitor brasileiro, nesse ponto, parece estar vacinado.

Salada ideológica

Pela própria natureza da coligação que reelegeu Camilo Santana, com 24 partidos no mesmo palanque, a bancada governista na Assembleia Legislativa continuará, ideologicamente falando, bastante eclética. Conservadorismo da Dra. Silvana (PR) terá que conviver, por exemplo, com o socialismo pregado por Acrísio Sena.

Salada ideológica 2

Igualmente, estarão lado a lado na oposição, embora certamente divergindo, Renato Roseno (PSOL) e André Fernandes, do PSL de Bolsonaro - este bem mais próximo de Vitor Valim e Soldado Noélio (PROS), discípulo do Capitão Wagner. Já Heitor Férrer (PSB) manterá postura independente. Como se vê, uma oposição extremamente plural.

PNB

Deputado Fernando Hugo (PP) perde o amigo mas não a piada. Sugere que os 'neutros' DEM, PR, SD, MDB, PSDB e Podemos se abriguem no PNB, o Partido da Neutralidade Nacional.

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