Partidos buscam Sarto com pleitos relacionados à Mesa Diretora

Nos bastidores, alguns nomes já são tidos como certos entre parlamentares para a ocupação de lugares no comando da Assembleia Legislativa. O futuro presidente, José Sarto (PDT), enfatiza respeito à proporcionalidade na chapa

Escrito por Letícia Lima ,
Legenda: Deputado Zezinho Albuquerque conversa com colegas na Mesa Diretora. No dia 1º, ele será sucedido por José Sarto
Foto: Foto: José Leomar

Após a indicação do deputado José Sarto (PDT) como o candidato oficial da base governista que disputará a presidência da Assembleia Legislativa do Estado no próximo dia 1º de fevereiro, agora, os aliados se articulam em torno do pedetista para ocupar as demais vagas da Mesa Diretora. Os postos mais cobiçados são os de primeiro-secretário e de primeiro vice-presidente. Sarto dialoga com as bancadas e diz que vai buscar "preservar" o tamanho dos partidos ao construir a chapa.

O Regimento Interno da Assembleia estabelece que a escolha dos membros da Mesa deve assegurar "tanto quanto possível" a representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares da Assembleia. Mas, como está no próprio texto, tal formação deve ser feita na medida do que for possível. Na prática, isso dá carta branca ao candidato a presidente para também utilizar critérios políticos na hora de escolher os deputados que vão ocupar as vagas na chapa a ser inscrita - e eleita por consenso, visto que a base tem maioria no Legislativo.

Acordos

Neste ano, o candidato à presidência da Assembleia, deputado Sarto, enfatiza, no entanto, que seguirá o que está previsto no Regimento para a indicação da chapa. "O critério será o que preceitua o Regimento no artigo 39: 'tanto quanto possível', preservar a proporcionalidade partidária e a proporcionalidade de gênero", argumenta. Ele vê como natural que aliados "sugiram caminhos, ideias", mas nega que seja influenciado por questões políticas.

Nos bastidores, o fato é que Sarto vem sendo bastante cortejado pelos partidos da base aliada em busca dos lugares na Mesa Diretora. A primeira secretaria, um dos cargos mais importantes da Casa, vem sendo alvo de disputa entre PDT e PSB. Entre alguns parlamentares, o líder do Governo na Casa, deputado Evandro Leitão (PDT), já é tido como certo para o posto. Sarto, porém, nega que essa posição tenha sido definida.

Ao ser questionado sobre a possibilidade, Evandro desconversa e diz apenas que está à disposição para "servir ao projeto (político)" do grupo governista. O outro deputado que também está no páreo é o atual secretário da Mesa, Audic Mota (PSB), que deixa clara a intenção de continuar no cargo. "Isso foi tratado no ano passado com o governador (Camilo Santana), mas um processo político a gente sabe que é de se conversar", minimiza.

Ocupando atualmente a terceira secretaria da Assembleia, o deputado Julinho (PPS) mira, agora, a primeira vice-presidência, tanto que costura a formação de um bloco com outros partidos. "Eu estou conversando desde o ano passado com o PRB, PR e com o PSD. Na Mesa vale mais o entendimento político, nas demais comissões é que é mantida a questão da proporcionalidade", considera. O deputado Osmar Baquit (PDT) também já manifestou interesse pelo cargo, mas faz questão de ressaltar que aceitará "qualquer decisão" da base aliada.

O Legislativo Estadual tem, no total, 18 comissões técnicas permanentes. A presidência dos colegiados também é definida por critérios de proporcionalidade, por isso a formação de blocos também é pauta entre parlamentares. A Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR), tida como a mais importante da Casa, é a mais visada.

Reivindicação

O PT também reivindica posições na Mesa Diretora, alegando ser um dos partidos com a segunda maior bancada da Casa. O presidente da legenda no Estado, deputado Moisés Braz, enfatiza que o partido não vai "abrir mão" de uma das vagas.

A bancada estadual petista se reuniu com o deputado Sarto para tratar do assunto no início da semana e, segundo o deputado Elmano de Freitas, o futuro presidente da Assembleia garantiu que, pela proporcionalidade, o PT terá espaços na chapa. "Ficamos de ver quais nomes vamos propor, e em qual posição. Vamos concluir essa discussão com a Executiva".

Com a efetivação do deputado Lucílvio Girão (PP) na próxima legislatura, após a ida do atual presidente do Legislativo, deputado Zezinho Albuquerque (PDT), para a Secretaria de Cidades do Governo Camilo, o PP vai crescer de tamanho na Assembleia. Com isso, o deputado Bruno Pedrosa defende que a sigla tenha um representante na Mesa. "O PP vai ficar com quatro deputados e vai se igualar à bancada do MDB e a do PT", diz.

O deputado Capitão Wagner (PROS) também informa que vai se reunir com o deputado José Sarto no próximo fim de semana para tratar da Mesa Diretora. Segundo o parlamentar, o PROS vai formar um bloco com o PSDB e o PSL para ganhar tamanho na Assembleia e disputar espaço nas comissões da Casa.

A menos de um mês da eleição da Mesa Diretora da Assembleia, governistas disputam posições de destaque. O impasse sobre a cabeça da chapa já foi resolvido, com a indicação do deputado pedetista José Sarto para a presidência. Desafio agora é contemplar os aliados com outros espaços.

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