Parlamentares querem agilizar trocas de partidos

Segundo deputados, filiações podem ser fechadas em fevereiro, embora a "janela" seja aberta apenas em março

Escrito por Redação ,

Nem todos os deputados estaduais que tentarão reeleição neste ano devem aguardar o prazo final de abertura da "janela partidária", que vai de março até o início de abril, para mudar de partido. Já no mês de fevereiro novas filiações podem acontecer, o que vai fortalecer algumas agremiações e enfraquecer outras. Durante todo o mês de janeiro, apesar do período de recesso, conversas estão sendo encaminhadas entre lideranças políticas locais no intuito de fechar questão quanto às mudanças que devem ser oficializadas.

Dentre aqueles que participam do processo de ingresso de deputados em outras legendas está o presidente da Assembleia Legislativa, Zezinho Albuquerque (PDT), que tem percorrido diversos municípios neste início de ano, conversado com prefeitos, vereadores e pretensos candidatos ao pleito de outubro próximo. Ao Diário do Nordeste, ele afirmou que é preciso aguardar a conclusão do processo de mudança que a "janela partidária" proporcionará para, somente depois, tomar alguma decisão sobre a formatação de coligações partidárias para a disputa.

Diálogo

"Temos que ver como vai ficar a questão das janelas. Vai haver mudança ou não? Precisamos ter o conhecimento de como vai ser, porque até onde sabemos têm deputados que vão sair, por exemplo, do PSD. Para onde eles vão?", questionou. Osmar Baquit e Gony Arruda, expulsos do PSD, estão em fechamento de questão para mudar de sigla.

Baquit, já há algum tempo, vem negociando com o Partido Democrático Trabalhista (PDT) e, no próximo mês, deve ingressar na legenda, pela qual pretende disputar o pleito deste ano, em um "blocão" formado pelas principais agremiações aliadas do Governo Camilo Santana.

Mudanças anunciadas

Já Gony Arruda tem outro destino. O parlamentar negocia com lideranças do Partido Progressista (PP) e deve se filiar em breve à legenda, que terá cinco representantes no Legislativo Estadual. Fazem parte do partido Bruno Pedrosa, Fernando Hugo, Lucilvio Girão e Leonardo Pinheiro. Walter Cavalcante, ainda no PP, já está de malas prontas para retornar ao MDB, partido pelo qual foi eleito em 2014.

Apesar de dirigentes do MDB garantirem que a sigla não passará por mais mudanças nos próximos meses, deputados do partido disseram que não há certeza sobre permanecerem ou não na agremiação. Silvana Oliveira, por exemplo, afirmou que não foi procurada pela presidência do partido para tratar do assunto. Assim como ela, Audic Mota e Agenor Neto não têm se sentido à vontade na legenda.

Eleito pelo PROS e atualmente no PMB, Odilon Aguiar deve deixar o partido e ingressar no PSD. A legenda, que era comandada no Ceará pela ex-prefeita de Tauá, Patrícia Aguiar, agora faz parte da base aliada do governador. O presidente do PSD, Domingos Neto, está em negociação com outros pretensos candidatos, que também devem se filiar à legenda ainda no período da "janela partidária".

Pendências

O deputado Capitão Wagner (PR) decide ainda nesta semana se permanece no Partido da República (PR) ou se ingressa no PROS. As conversas com lideranças do outro partido já estão avançadas, mas a decisão será tomada após fim do impasse quanto ao nome da oposição que será escolhido como candidato ao Governo do Estado. Ex-presidente do PHS, Tin Gomes, agora, procura uma legenda para ingressar, a fim de participar do processo eleitoral deste ano. Ele já conversou com PP, PDT, PMN e até MDB, mas só deve tomar decisão no próximo mês.

Julinho (PDT), por sua vez, trabalha para ser candidato no "blocão" governista, mas ainda conversará com o ex-governador Cid Gomes, antes da abertura da "janela partidária", para tratar sobre a possibilidade de ingresso em outra sigla. É possível que o parlamentar retorne ao PMB, agora que o grêmio faz parte da base governista.

Fique por dentro

Legislatura de modificações

Diversas mudanças de composição de bancadas ocorreram na Assembleia Legislativa durante esta Legislatura, com a saída de deputados de alguns partidos e ingresso em outros. O PROS, que tinha a maior bancada da Casa após a eleição de 2014, perdeu todos os seus representantes. Enquanto isso, o PDT, que elegeu três, ganhou mais 10 e perdeu um, estando atualmente com 12 membros. Heitor Férrer saiu da sigla pedetista e migrou para o PSB.

O MDB elegeu seis e perdeu um, o deputado Walter Cavalcante, que está retornando para a sigla. Já o PPS, que elegeu o deputado Tomaz Holanda, ficou sem nenhum representante na Casa, depois que Holanda migrou para a sigla emedebista. No entanto, ele retornou para o partido. O deputado Julinho, eleito pelo PTN (atual PODEMOS), foi para o PMB, depois para o PDT e, agora, pode retornar ao PMB.

Bethrose foi eleita pelo PRP e, agora, é líder do PMB na Assembleia. Já Joaquim Noronha deixou o PP e preside o PRP no Ceará. O SD elegeu três deputados, mas, atualmente, só Aderlânia Noronha permanece na legenda. Isso porque Lucilvio Girão e Fernando Hugo migraram para o PP. Bruno Pedrosa, eleito pelo PSC, também é membro da sigla progressista. Roberto Mesquita, até então o único representante do PV na Casa, foi para o PSD. Mário Hélio foi candidato pelo PMN e, atualmente, é um dos membros do PDT no Legislativo Estadual.

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