Parlamentar reclama de proposta de reajuste

Escrito por Redação ,

O deputado Heitor Férrer (PSB) chamou de "esmola", ontem, na tribuna da Assembleia Legislativa, o reajuste salarial de 3%, proposto pelo Governo do Estado para os servidores públicos estaduais em 2018. O parlamentar criticou o valor, diante dos sucessivos aumentos, nos últimos três anos, dos gastos com serviços essenciais, como água, energia e combustível. Para o deputado, a "abominação" da classe política por parte da população se dá, justamente, por conta do mau uso do dinheiro público.

Heitor Férrer apontou que a proposta de reajuste apresentada pelo Governo do Estado, neste ano, não chega perto do aumento nos gastos com serviços e produtos no Brasil, registrado nos últimos três anos. Segundo ele, de 2015 a 2017, a inflação foi de, aproximadamente, 21%, e de lá para cá, disse o pessebista, a conta de energia subiu cerca de 42%, a água aumentou 58% e a despesa com combustível disparou 90%. Segundo o parlamentar, o reajuste salarial dos servidores não acompanha o crescimento desses gastos.

"O Governo do Estado nos deu um reajuste zero em 2015, deu 2% em 2016 e vai nos dar 3% em 2018. Isso soma um aumento que nem sequer é reajuste, e o governador Camilo vai dar, ao longo desse período, 5,06% de reajuste diante de 20% de inflação. Ou seja, o nosso poder de compra do trabalhador do Ceará do serviço público perde 15%. Tudo o que eu pago aumenta e o que eu recebo de salário vai perdendo capacidade de aquisição", apontou.

Dados questionados

Para o parlamentar, há um empobrecimento "real" da população em razão das "políticas desenvolvidas por homens públicos". "A sociedade tem uma certa abominação pela classe política porque, mês a mês, ela sente a dureza de pagar os serviços essenciais e a cada mês ela sente que o poder de pagar está piorando. Daqui a pouco não pode mais pagar", justificou.

Ao contrapor Férrer, o deputado Joaquim Noronha (PRP) questionou os dados apresentados pelo colega. "Até acredito na inflação em vários setores, mas alguém está errado, ou o Governo ou sistema de comunicação do País todo. Em 2017, a inflação é a menor dos últimos 20 anos do País e proporcionou trazer as taxas de juros a menores patamares", observou.

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