Opositor cobra repasse do Estado

Escrito por Redação ,

O deputado Heitor Férrer (SD) reclamou, na tribuna da Assembleia Legislativa, ontem, mais repasses do Governo do Estado para a Santa Casa de Misericórdia, em Fortaleza, que, segundo ele, passa por uma "crise financeira". Em razão dos poucos recursos destinados à entidade, ele disse que 600 cirurgias, em média, deixam de ser realizadas por mês. Governistas, no entanto, frisaram que a Santa Casa é uma entidade filantrópica e, portanto, não há "obrigação" do Estado em custeá-la.

"Na Santa Casa, no espelho de 2017, a receita SUS foi R$ 41 milhões, o Município repassou R$ 36 milhões, vindos do Ministério da Saúde, e o Estado, R$ 4 milhões no ano, o que dá, por mês, R$ 347 mil. Enquanto a Santa Casa recebeu R$ 23 milhões no ano de 2016, o Hospital Waldemar de Alcântara recebeu R$ 87 milhões (Tesouro Estadual) com R$ 43 milhões (SUS), que dá R$ 120 milhões. Quando chega no dia 15, por falta de dinheiro, que o Estado não tinha como fazer esse suporte, deixa-se de fazer 50 cirurgias por dia".

Segundo o parlamentar, o valor do repasse do Estado deve se manter em 2018. Ele disse que a direção do hospital espera por uma audiência com o governador Camilo Santana (PT), prometida por ele, que ainda não foi realizada. Heitor Férrer disse que irá elaborar um requerimento para que o chefe do Executivo Estadual receba o provedor da Santa Casa.

Médico, o deputado Leonardo Pinheiro (PP) ponderou, em discurso, que a Santa Casa é uma entidade filantrópica e que, portanto, o Governo do Estado não tem a obrigação de destinar recursos para o hospital, embora seja importante mantê-lo "pelos relevantes serviços que presta à população cearense".

Já o deputado Elmano de Freitas (PT) disse que a Santa Casa está entre as entidades que poderão ser contratadas no projeto do Governo do Estado que destinará R$ 100 milhões para redução da fila de cirurgias eletivas, por meio de convênios com instituições privadas de saúde. O governista reconheceu que a ação não "resolve o problema", mas ressaltou que "deve significar 20% a mais de cirurgias".

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