Sérgio Moro promete implantar agenda anticorrupção

Futuro ministro da Justiça diz que assumir a Pasta é um projeto de tentar fazer a coisa certa

Escrito por Estadão Conteúdo ,

 O juiz federal Sérgio Moro afirmou nesta terça-feira que assumir o superministério da Justiça "não é um projeto de poder, é um projeto de tentar fazer a coisa certa". O magistrado da Operação Lava Jato aceitou assumir a Pasta no Governo Jair Bolsonaro (PSL). "A ideia aqui não é um projeto de poder, mas sim um projeto de fazer a coisa certa num nível mais elevado, em uma posição que se possa realmente fazer a diferença e se afastar de vez a sombra desses retrocessos", afirmou Moro, em entrevista que está concedendo na sede da Justiça Federal do Paraná.

"O objetivo é no governo federal realizar o que não foi feito, com todo respeito, nos últimos anos e buscar implantar uma forte agenda anticorrupção e aqui eu agregaria, porque é uma ameaça nacional, uma forte agenda também anticrime organizado."

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São mais de 60 jornalistas na coletiva organizada no auditório da Justiça Federal de cerca de 30 órgãos de comunicação, entre TVs, rádios, jornais, revistas e agências de notícias nacionais e internacionais. Moro responderá a 20 perguntas divididas entre os inscritos por ordem de chegada.

Sob forte esquema de segurança da Polícia Federal, com policiais caracterizados e à paisana, a coletiva deve durar uma hora.

Na abertura da entrevista, Moro fez uma longa explanação sobre os motivos que o levaram a dizer "sim" ao convite de Bolsonaro. Ele rechaçou suspeitas levantadas pelo PT de que teria agido para favorecer a candidatura Bolsonaro. "Não posso pautar minha vida com base numa fantasia, com álibi falso de perseguição política."

Moro embarca nesta quarta-feira para compromissos no escritório de transição e no Ministério da Segurança Pública em Brasília. Será a primeira viagem à capital federal como futuro ministro da Justiça. A equipe de transição iniciou oficialmente os trabalhos nesta segunda-feira.

Desde a quinta-feira, quando aceitou o cargo de superministro da Justiça, Moro tem conversado com aliados e estudado os dados sobre a pasta, que volta a abrigar a Polícia Federal, que foi retirada em 2017 por decisão do presidente Michel Temer (MDB), que criou a Secretaria Especial de Segurança Pública - que será fundida.

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