Roberto Cláudio condena ação de PMs contra família de Inácio Arruda e pede punição

Prefeito afirma que foram registrados "atos muito graves no primeiro turno" e que a "vontade do povo não pode ser calada pela truculência"

Escrito por Redação ,

O atual prefeito de Fortaleza e candidato à reeleição, Roberto Cláudio (PDT), se posicionou nesta quarta-feira (5) sobre a agressão sofrida pela família do secretário de Ciência e Tecnologia do Estado, Inácio Arruda, durante a votação do primeiro turno das eleições municipais deste ano, no último domingo (2). Segundo ele, a confusão ocorrida no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) foi "chocante" e os policiais militares (PMs) que cometeram excessos merecem ser punidos.

"Assistimos a atos muito graves no primeiro turno, um deles atingindo um nobre membro do governo Camilo (Santana). As cenas são chocantes e, se é feito isso com um secretário de Estado, com um homem de prestígio e reconhecimento público, imagine o que pode ser feito com um cidadão comum da periferia, de bairro vulnerável, que vai manifestar seu voto contrario. É muito grave e precisa de reflexão profunda", afirmou Roberto Cláudio.

O prefeito também lembrou que juízes federais já demonstraram preocupação institucional com a ação policial nas eleições municipais de Fortaleza neste ano, pedindo, inclusive, a presença de tropas federais no segundo turno. Ele destacou que as medidas cabíveis precisam ser tomadas. "Vamos aguardar as decisões, mas acho que houve excessos. Não se pode culpar a instituição, mas houve excessos, e eles serão devidamente punidos para que a honra e o comportamento do bom policial possa prevalecer. E para que a democracia fale mais alto. A vontade do povo não pode ser calada pela truculência, pelo medo, ou pelo pavor. E as nossas instituições darão conta para que a democracia fale mais alto no dia 30 de outubro", concluiu Roberto Cláudio.

Investigação

Em nota divulgada nesta segunda-feira (3), o governo do Estado disse repudiar “qualquer tipo de ação ilegal ou truculenta por parte dos seus agentes de segurança” e afirmou que determinou “rigorosa apuração dos fatos". Além de considerar os acontecimentos como “lamentáveis”, a nota informou que o caso será levado à Controladoria Geral de Disciplina (CGD) dos órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário do Estado. O texto ressaltou ainda que a Polícia Militar do Ceará é uma "instituição respeitada e de relevantes serviços prestados ao povo cearense", cujo compromisso é prover proteção e conforto para o exercício da liberdade.

As associações de policiais e bombeiros militares, por sua vez, publicaram nas redes sociais uma nota dizendo que "repudiam as matérias veiculadas", afirmando que os policiais realizaram os procedimentos "desde o início da abordagem até a finalização na sede da PF, dentro da legalidade e da lisura profissional, seguindo as normas técnicas". A reportagem entrou em contato com a assessoria do Capitão Wagner, mas o candidato ainda não se manifestou sobre o assunto.
 
A confusão que envolveu Inácio, a mulher dele e três filhos aconteceu durante a tarde no IFCE. Os policiais teriam abordado uma das filhas do secretário por supostamente fazer boca de urna. A ação dos policiais militares foi desproporcional, de acordo com a família do ex-senador.
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