Papa Francisco, famosos e políticos manifestam solidariedade a Brumadinho

Os casos assemelham-se às suspeitas sobre movimentações financeiras de servidores da Assembleia do Rio de Janeiro

Escrito por Folhapress ,

Desde a última sexta-feira (25), quando uma barragem da mineradora Vale se rompeu na cidade de Brumadinho (MG), políticos, famosos e outras personalidades têm usado as redes sociais para se manifestar sobre a tragédia. Pelo menos 40 corpos foram encontrados até a tarde deste domingo (27). Destes, 16 vítimas já foram identificados. Há ainda 287 desaparecidos, segundo a Vale. "Quero exprimir a minha dor pela tragédia que atingiu o Estado de Minas Gerais no Brasil", escreveu o papa Francisco. "Recomendo à misericórdia de Deus todas as vítimas e ao mesmo tempo rezo pelos feridos e exprimo meu afeto e proximidade espiritual às suas famílias".

Para ajudar nas buscas pelos corpos, Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, enviou uma equipe de socorristas, médicos, engenheiros e especialistas. A missão é composta por 130 pessoas e 16 toneladas de equipamentos. A ajuda foi aceita pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), que assinou um decreto de criação de um comitê para para monitorar os desdobramentos da tragédia. "Difícil ficar diante de todo esse cenário e não se emocionar. Faremos o que estiver ao nosso alcance para atender as vítimas, minimizar danos, apurar os fatos, cobrar justiça e prevenir novas tragédias como a de Mariana e Brumadinho, para o bem dos brasileiros e do meio ambiente", escreveu em suas redes sociais.

Ministros do governo também se manifestaram pelas redes. Damares Alves, ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Marcelo Álvaro Antonio, ministro do Turismo, e Tarcísio Gomes de Freitas, ministro de Infraestrutura, afirmaram que seus ministérios estão à disposição das autoridades. Rodrigo Maia (DEM), presidente da Câmara dos Deputados, e Eunício Oliveira (MDB), presidente do Senado, também manifestaram solidariedade, assim como João Doria (PSDB), governador de São Paulo.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou que espera que a tragédia abra os olhos do governo atual. "Meio ambiente não é zoeira de esquerda: é respeito à vida das pessoas e do planeta. O Governo deve regular e fiscalizar com mais energia sem demonizar quem disso se ocupa. Solidariedade às vítimas, mais ação para o futuro", escreveu. Dilma Rousseff (PT) chamou a tragédia de "desastre ambiental e humano". "Para impedir que esses desastres se tornem rotina, a empresa deve ser obrigada, com urgência, a reparar todas as barragens por ela construídas ao longo de sua existência", afirmou em nota.

Quatro ex-candidatos à presidência também comentaram a tragédia. Marina Silva (Rede) visitou Brumadinho no domingo. "Foi comovente ver o trabalho incansável das equipes de resgate e apoio", afirmou nas redes sociais. "É hora de regras mais duras para o licenciamento e penas mais severas para os responsáveis e empresas." Ciro Gomes (PDT) chamou a tragédia de "vergonhoso desastre humano e ambiental" e cobrou apuração do caso. "É urgente que se preste toda assistência à comunidade atingida, mas que também se apurem as causas e responsabilidades. Vamos cobrar!", escreveu.

Fernando Haddad (PT) criticou o governo pela escolha de Ricardo Salles (Novo) como ministro do Meio Ambiente. "Má escolha: o governo errou ao nomear para ministro do Meio Ambiente alguém cujas posições estão na contramão do que o país precisa. Bolsonaro, até ontem, só fala em afrouxar a fiscalização e facilitar o licenciamento. Veremos agora." Em uma série de postagens, Guilherme Boulos (Psol) criticou a falta de punição à Vale desde o desastre de Mariana (MG), em 2015. "A Vale simplesmente "lamentar o incidente" é de um lá hipocrisia atroz. Há tempos os riscos das barragens estão sendo denunciados, foram 19 mortos em Mariana e nada foi feito. Criminosos!" Uma barragem da mineradora Vale se rompeu e outra transbordou na sexta-feira (25) em Brumadinho, cidade da Grande Belo Horizonte, liberando cerca de 13 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro no rio Paraopeba, que passa pela região.

Pelo menos 40 corpos foram encontrados até a tarde deste domingo (27). Desses, 16 já foram identificados, segundo a Polícia Civil de Minas. Até o momento, foram resgatadas 192 pessoas pelos bombeiros. Há 287 desaparecidos. A barragem 1, que se rompeu, é uma estrutura de porte médio para a contenção de rejeitos e estava desativada. Seu risco era avaliado como baixo, mas o dano potencial em caso de acidente era alto. Uma outra barragem, a de número 6, agora está sendo monitorada a cada uma hora pela Vale, junto com a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros. Durante a madrugada, sirenes na cidade tocaram e os moradores foram evacuados. Pela tarde, as autoridades disseram que não havia mais risco de rompimento.

A Justiça mineira bloqueou R$ 5 bilhões da Vale para garantir auxílio às vítimas do desastre.  Esse é o terceiro pedido de bloqueio de valores das contas da empresa. No sábado (26), o MP solicitou outros R$ 5 bilhões para reparação de danos ambientais. Um pouco mais cedo no mesmo dia, a Advocacia-Geral de Minas Gerais entrou com pedido de R$ 1 bilhão para prestar socorro às vítimas. Isso faz com que a Vale tenha, agora, R$ 11 bilhões bloqueados.

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