Na Câmara, Flávio Bolsonaro se diz 'vítima de perseguição'
O senador eleito tentou desvincular do governo do pai o caso envolvendo ele em movimentações financeiras atípicas
Filho mais velho do presidente da República, Jair Bolsonaro, o deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) voltou a afirmar que é vítima de perseguição em relação às investigações envolvendo seu nome e de seu ex-assessor Fabrício Queiroz, que aparece com movimentação atípica de R$ 1,2 milhão em relatório do Coaf.
É preciso esperar o Supremo se pronunciar. Está todo mundo vendo que eu sou vítima de perseguição
Ao ser questionado sobre quando iria ao Ministério Público prestar esclarecimentos, ele não respondeu.
"Já falei o que eu tinha de falar, não tenho novidade nenhuma", acrescentou.
Ele esteve na manhã desta quarta-feira (30), na Câmara dos Deputados, para fazer o registro biométrico para o Senado. Ele toma posse como senador na sexta-feira, 1º de fevereiro.
Ao ser questionado se o governo de Bolsonaro já começava com desgaste diante das investigações, Flávio negou que as investigações envolvendo seu nome atrapalhem a governabilidade do pai e a relação do Executivo com o Legislativo.
Não tem nada a ver com o governo. Por mais que vocês queiram, não tem nada a ver com o governo. Estamos muito bem, obrigado. Estamos todos trabalhando bem, com liberdade
Presidência do Senado
Sobre as eleições para a presidência do Senado, ele afirmou que isso só "deve se resolver no último dia", mas disse que acredita que todos os candidatos na disputa estão alinhados com o governo com a aprovação das reformas prioritárias.
A declaração de Flávio é dada um dia depois que o senador Renan Calheiros (MDB), um dos cotados para disputar a presidência, se declarou publicamente favorável à agenda econômica do governo.
"O velho [Renan] era sobrevivente, mais estatizante. Este novo é mais liberal, está querendo fazer as reformas do Estado. Quero colaborar com este momento excepcional que o Brasil está vivendo e fazer as mudanças e reformas", disse o alagoano na terça-feira (29).
Aceno a Renan
Renan já havia acenado diretamente pra Flávio há duas semanas, quando, em entrevista à Folha de S.Paulo, disse que o senador eleito não deveria ser investigado pelo Senado.
"Ele não pode ser investigado nem no Rio de Janeiro nem no Senado. A investigação no Senado só acontece em circunstâncias especialíssimas. Temos com relação a ele as melhores expectativas, de que é um moço que quer trabalhar, que quer fazer um bom mandato, que tem posições e defende-as. O que nós queremos é o melhor dele neste momento complexo da vida nacional. A expectativa que nós temos é a melhor possível", disse no último dia 18 de janeiro.
Com informações da FolhaPress