Indicação de Antônio Henrique torna chapa única mais provável na Câmara de Fortaleza

Oposicionista não descarta outra chapa, mas eventual presidenciável não fala nessa direção

Escrito por Renato Sousa ,

A decisão do PDT de lançar o ex-secretário da Regional III, Antônio Henrique, para a presidência da Câmara Municipal de Fortaleza, no próximo biênio, diminuiu a possibilidade de uma segunda chapa ser lançada para a disputa, que ocorrerá na próxima segunda-feira (3). De acordo com vereadores, o pedetista era o nome que construía consenso entre os parlamentares.

É o que afirma, por exemplo, Dummar Ribeiro (PPS), apontado como o nome que poderia encabeçar uma eventual segunda chapa. "Essa unidade aconteceu porque o nome escolhido foi o de Antônio Henrique", declarou.

Segundo ele, o bloco de partidos que poderia endossar seu nome - que incluía PROS, PR, PSL, PRB, PSD e PSDB, além de outros em conversas - poderia assegurá-lo caso o nome do PDT não agradasse aos partidos. "Desde o início, a gente tinha opção de não aceitar nenhum candidato indicado por padrinhos. Queríamos alguém escolhido por nós", explicou o vereador.

Julierme Sena (PROS), entretanto, afirma que a possibilidade ainda não está descartada. Ele declara que até o fim deste sábado uma posição deve ser firmada sobre o assunto. O parlamentar afirma que o PROS, maior sigla da oposição na Câmara, ainda não foi procurado por Antônio Henrique para discutir a composição da Mesa Diretora.

Já Márcio Martins (PROS), um dos nomes que articularam a formação do bloco que poderia lançar Dummar Ribeiro (PROS), aponta que os próximos passos do grupo ainda serão discutidos. "Se eu sentir que o bloco quer compor por uma mudança na Casa, continuo", disse. Para ele, o fundamental é que o próximo presidente assegure a independência da Câmara e, caso Antonio Henrique demonstre que está disposto a zelar por isso durante sua gestão, será apoiado. "Ele tem ouvido os demais vereadores. Vou esperar ele me chamar para conversar".

Demora

Márcio também informou que a oposição deveria se reunir ontem à noite para discutir a sucessão da Mesa Diretora. Ao longo da semana, a falta de uma definição oficial sobre quem seria o candidato indicado pelo PDT gerou um risco de rebelião por parte de partidos da base aliada. De acordo com vereadores, era preciso que o candidato fosse alguém que tivesse "prestígio" entre os parlamentares, uma característica que, naquele momento, era exclusiva do pedetista Antônio Henrique.

Mesmo entre membros do PDT havia falta de informações. "Nesses seis anos em que estou na Casa, é a primeira vez que vejo uma candidatura para presidente sem ninguém saber de nada", declarou John Monteiro (PDT) em entrevista ao Diário do Nordeste, na última semana.

Até a noite da última quinta-feira (29), não havia nenhum anúncio oficial na base governista. Além de Henrique, o PDT, maior bancada da Câmara, também indicou Adail Jr. Para seguir na primeira vice-presidência e Ziêr Férrer para a segunda secretaria.

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.