Guimarães sobre intervenção no Rio: 'Temer está fazendo uso político das Forças Armadas'

Deputado Federal diz que Conselho da República não foi consultado sobre decisão e que medida 'não resolve o problema'

Escrito por Redação ,

O deputado federal José Guimarães (PT) criticou, nesta segunda-feira (19), a decisão do Governo Federal de fazer uma intervenção militar na segurança do Rio de Janeiro, medida que deve ser votada nesta noite na Câmara dos Deputados. Pouco antes de embarcar para Brasília nesta manhã, no Aeroporto de Fortaleza, o parlamentar disse que o presidente Michel Temer está "fazendo uso político das Forças Armadas" e que este não é o melhor caminho para combater a violência Rio.

Guimarães destacou, inclusive, que Temer não chegou nem a consultar o Conselho da República, de quem é membro, sobre a atuação das Forças Armadas no Rio. O colegiado é um órgão superior de consulta da Presidência e compete a ele pronunciar-se sobre intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio. "A reunião acontecerá apenas nesta segunda-feira (19), às 10h, mas era para ter sido convocada muito antes (do anúncio). Será a primeira vez que vou ao Palácio da Alvorada após o afastamento da presidente Dilma (Rousseff). Vamos participar e fazer questionamentos", assegurou.

Ainda de acordo com o deputado federal, Temer terá que explicar ao Conselho todas as razões que o levaram a decretar a intervenção no Rio. "Vamos exigir um balanço de todas as operações que foram feitas nos últimos anos e que não deram o resultado imaginado. Também vamos solicitar uma reunião com todos os governadores, pois é preciso um pacto nacional pela segurança pública no Brasil", pontuou.

Por fim, Guimarães afirmou que não acredita que a intervenção no Rio será o suficiente para resolver a crise de violência que vive a capital fluminense. "Essa forma unilateral de fazer intervenção, achando que com uma espada resolve a situação no Rio e nos outros estados, certamente não é o caminho adequado para quem quer enfrentar o problema da segurança pública no Brasil", finalizou.

Com informações do jornalista José Maria Melo.

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