Em último dia de propaganda na TV, presidenciáveis fazem discursos 'contra o ódio'

Candidatos que tentam furar a polarização Haddad-Bolsonaro defenderam o voto útil e se disseram mais preparados para o segundo turno

Escrito por Redação ,
No último dia de propaganda eleitoral na televisão antes do primeiro turno, quase todos os presidenciáveis falaram sobre um mesmo tema: ódio e, principalmente, como ele deve ser evitado nas urnas. Esta quinta-feira (4), de acordo com o calendário eleitoral, é também o último dia para a realização de debates.
 
“Convoco todos os que sabem que o ódio não constrói o futuro”, declarou Marina Silva (REDE), que também defendeu uma economia de baixo carbono como forma de gerar mais empregos para a juventude. A presidenciável foi a primeira entre os candidatos a tratar do assunto.  
 
Meirelles (MDB) também tocou no tema. Ele voltou a afirmar que não divide o Brasil entre quem gosta ou não do PT ou do líder das pesquisas, Jair Bolsonaro (PSL), mas entre quem trabalha ou não pelo Brasil. Reafirmando que sempre é chamado por políticos “quando criam problemas que não sabem resolver”, disse que agora só voltará à Esplanada dos Ministérios pelas urnas. 
 
O ex-governador Ciro Gomes (PDT), terceiro nas pesquisas, voltou a pregar o voto útil para poder ir ao segundo turno, dizendo que as pesquisas o indicam como o que tem melhores chances contra os dois líderes: Jair Bolsonaro e Fernando Haddad (PT). O pedetista sustentou que, caso as pessoas votem guiadas por sua oposição a alguém, “o Brasil vai continuar dividido”. Para ele, é preciso votar “a favor do Brasil”. 
 
O PSDB, por sua vez, apegou-se ao seu passado recente quando, em 2014, o candidato do partido, Aécio Neves, chegou ao segundo turno após passar boa parte da campanha como terceiro colocado nas pesquisas. “Vamos virar esse jogo”, declara a campanha. No começo do programa tucano, o protagonista não foi o candidato do partido, Geraldo Alckmin, mas sua candidata a vice, Ana Amélia (PP). Ela, como seus adversários, também pregou o voto “contra o ódio”. A pepista tentou arregimentar os antipetistas, afirmando que Alckmin tinha mais chances de derrotar Haddad do que Bolsonaro. 
 
Líderes nas pesquisas
 
Já Bolsonaro, em seu programa, afirmou que vem sendo caluniado ao longo da disputa, destacando também o atentado a faca do qual foi vítima no começo de setembro e que o impediu de fazer campanha durante a maior parte do primeiro turno. “O sistema não quer Bolsonaro. Mas o povo quer, e quem decide é o povo”, declarou o narrador da peça.
 
Haddad continuou apostando no ex-presidente Lula (PT) como seu principal cabo eleitoral. Ele, entretanto, também destacou a necessidade de se lutar contra o ódio. “Urna não é local de depositar ódio, mas esperança”, declarou. O programa teve, ainda, críticas a Bolsonaro. Algumas indiretas, como a recomendação que se responda a quem fizer uma arma com a mão fazendo um “L” de Lula com os mesmos dedos, e outras diretas, como a lembrança de pautas as quais o militar reformado se opôs em sua carreira como deputado federal, como a política de valorização de salário mínimo. “Não vote em quem sempre votou contra você”, pregou o programa.
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